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Estado de Minas PARIS

França estende tapete vermelho para Charles III em sua 1ª visita como rei


20/09/2023 14:44
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O rei britânico Charles III foi recebido, nesta quarta-feira (20), entre gritos de "Viva o rei!", em sua primeira visita oficial à França como monarca, com o objetivo de demonstrar que as bases da aliança entre ambos os países permanecem sólidas após o Brexit.

O monarca e seu anfitrião, o presidente Emmanuel Macron, percorreram a icônica avenida Champs-Élysées em um DS7 conversível, escoltados por 136 cavalos da Guarda Republicana rumo ao Palácio do Eliseu.

Prevista para março, sua primeira viagem ao exterior desde sua ascensão ao trono em setembro de 2022 após a morte de sua mãe, Elizabeth II, deveria ser à França, mas um conflito social obrigou-o a adiá-la, e seu primeiro destino foi a Alemanha.

A atribulada agenda original em Paris e Bordeaux (sudoeste) permaneceu quase sem alterações, com um jantar de Estado nesta quarta-feira no Palácio de Versalhes, ao sudoeste da capital, como momento mais esperado.

Após aterrissar em Paris por volta de 14h locais (9h de Brasília), o monarca, de 74 anos, e sua esposa, Camilla, de 76, seguiram para o Arco do Triunfo.

Sob um céu azul, Macron e sua esposa, Brigitte, deram as boas-vindas aos monarcas em frente ao monumento com apertos de mãos e trocas de beijos entre Camilla e Brigitte, antes do início de uma cerimônia diante do túmulo do soldado desconhecido.

Depois de sua reunião no Eliseu, os chefes de Estado caminharam até a embaixada britânica, localizada perto, parando para cumprimentar os parisienses que esperavam atrás das cercas de segurança. Alguns gritavam "Viva o rei!".

"Pensávamos que poderíamos nos aproximar um pouco mais", afirmou Apolline Pilorget, decepcionada com o forte esquema de segurança mobilizado na capital.

Ela foi ao local com sua filha de nove anos, na esperança de ver o casal real.

- Seguindo os passos de Elizabeth II -

No final do primeiro dia, o presidente e sua esposa oferecerão um suntuoso jantar de Estado no Palácio de Versalhes, símbolo da realeza francesa e da sangrenta revolução republicana de 1789.

Para o evento, são esperados empresários, diplomatas de ambos os países, além de celebridades como o ator Hugh Grant, as atrizes Charlotte Gainsbourg e Emma Mackey, o escritor Ken Follet e o ex-jogador de futebol Didier Drogba, entre outros.

O jantar - lagosta azul, aves de Bresse e "macaron" de rosas de sobremesa - acontecerá na Galeria dos Espelhos, onde Elizabeth foi recebida para um almoço em 1957. A falecida rainha voltou a Versalhes em 1972.

Na quinta-feira, o rei Charles III visitará o mercado das flores, perto da catedral de Notre-Dame em Paris e que, desde 2014, leva o nome de Elizabeth II, que gostava de visitar o local. Ele disse querer "seguir os passos de sua mãe", explicou a presidência francesa.

"Tem um padrão muito alto", disse Ellie, uma enfermeira australiana que viaja pela Europa. "A rainha Elizabeth era uma pessoa mais próxima do povo do que ele", completou.

"É sobre o rei Charles, que até há pouco mais de um ano ainda era o príncipe Charles, colocando-se no cenário internacional como um líder público", comentou o historiador real Ed Owens.

Para o especialista em realeza e historiador real Ed Owens, o soberano de 74 anos abordará durante a viagem suas preocupações sobre o clima e meio ambiente, "em seus próprios termos". Esta questão será central, principalmente na quinta-feira, em Paris, e em sua visita a Bordeaux, no dia seguinte.

A viagem do rei, que mantém uma relação pessoal muito boa com Macron, também é vista como uma estratégia de "soft power" do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, para restabelecer as relações entre ambos os países.

- Estreitar relações -

A saída do Reino Unido causou tensões políticas em ambos os lados do Canal da Mancha sobre a pesca ou a migração, entre outros temas. O presidente francês teve uma relação particularmente complicada com o ex-premiê britânico Boris Johnson.

"A visita chega em um contexto de estreitamento dos laços entre o Reino Unido e a França", comemorou a Presidência francesa.

Em abril, os dois países devem celebrar o 120º aniversário da Entente Cordiale, que pôs fim a séculos de conflito entre eles.

Para o historiador Fabien Oppermann, "sempre que se quis marcar uma relação privilegiada com a Inglaterra, houve uma recepção em Versalhes", como em 1957, um ano após a crise do Canal de Suez.

Em um contexto de inflação, porém, este banquete pode afetar a imagem de Macron, seis meses depois da crise por sua impopular reforma da Previdência.

A autoridades mobilizaram 8.000 policiais e agentes, dispositivo que chegará a 12.000 na sexta, quando a visita do rei coincidirá com a do papa Francisco a Marselha (sudeste).


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