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Estado de Minas GENEBRA

Guerra põe em risco educação das crianças ucranianas, segundo Unicef


29/08/2023 10:31
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Os dois anos de pandemia seguidos pela invasão russa da Ucrânia ameaçam a educação e a trajetória escolar das crianças ucranianas, alertou nesta terça-feira (29) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A agência da ONU destaca que tanto as crianças que permaneceram na Ucrânia como as que fugiram do país após a invasão russa em fevereiro de 2022 tiveram o quarto ano letivo interrompido.

No total, o conflito e o exílio ameaçam a educação de 6,7 milhões de crianças e jovens ucranianos com idades entre 3 e 18 anos, denuncia Regina de Dominicis, diretora regional do Unicef para a Europa e Ásia Central.

As crianças desta ex-república soviética já apresentam sinais generalizados de perda de conhecimentos, especialmente no domínio da língua ucraniana, da leitura e da matemática, alertou a especialista, após visitar o país.

Em declarações à imprensa em Genebra, De Dominics afirmou que mais de 1.300 escolas foram "totalmente destruídas" e outras sofreram danos graves e não podem ser utilizadas.

"Na própria Ucrânia, os ataques às escolas continuam, deixando as crianças profundamente angustiadas e privadas de locais seguros para aprender", afirma.

"Isso não só forçou as crianças ucranianas a lutarem para progredir na sua educação, mas também a não esquecerem o que aprenderam quando as suas escolas funcionavam normalmente", explica De Dominics.

Quase metade dos professores ucranianos registrou deterioração no nível da língua, de matemática e de idiomas estrangeiros, indicam os dados citados pelo Unicef.

Além disso, apenas 33% dos estudantes ucranianos conseguiram prosseguir com os estudos de forma 100% presencial, 33% de maneira híbrida e outros 33% foram forçados a fazê-lo de forma remota.

O Unicef destaca ainda que 66% das crianças em idade pré-escolar não frequentam as aulas. Nas áreas próximas ao front, o índice chega a 75%.

- O papel da escola -

As crianças ucranianas que fugiram do país também são afetadas pela guerra, afirma o Unicef.

Mais de metade delas não está matriculada no sistema escolar do país de acolhida, devido à barreira linguística, às dificuldades de transporte e à falta de espaço nas escolas locais, alerta a agência.

Diante da situação, algumas famílias tentam fazer com que os seus filhos acompanhem as aulas à distância, mas "algumas crianças refugiadas podem ter abandonado completamente os estudos", afirma a agência da ONU.

"Em tempos de crise ou de guerra, as escolas significam muito mais do que um local de ensino", sublinha.

As instalações "podem proporcionar às crianças, que já enfrentam perdas, deslocamentos e violência, uma sensação de rotina e segurança, a oportunidade de fazer amigos e receber ajuda de professores", explica o Unicef.

A escola também pode melhorar a alimentação, facilitar o acesso a vacinas e fornecer outras ajudas, acrescenta.

A agência trabalha com parceiros locais e internacionais, tanto na Ucrânia como nos países de acolhida, para melhorar o acesso à educação por meio da renovação de escolas e da organização de aulas de reforço.

O objetivo é ajudar, no próximo ano letivo, 300 mil crianças ucranianas que correm o risco de perder conhecimento adquirido.


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