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Estado de Minas BANGCOC

Ex-premiê tailandês Thaksin Shinawatra retorna do exílio e é detido


22/08/2023 09:10
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O ex-primeiro-ministro tailandês Thaksin Shinawatra encerrou nesta terça-feira (22) 15 anos de exílio e foi detido assim que desembarcou em Bangcoc devido a várias condenações à revelia, horas antes da nomeação, no Parlamento, de um candidato de seu partido como novo chefe de Governo.

Shinawatra, ex-proprietário do Manchester City, é um empresário de 74 anos que chegou ao poder em 2001 e foi derrubado por um golpe militar em 2006.

Sua irmã Yingluck também foi primeira-ministra e, da mesma maneira, foi afastada do poder em 2014 pelos militares, que desde então governam o país.

Thaksin Shinawatra, que fez sua fortuna no setor de telecomunicações, viajou em um avião privado a partir de Singapura. Ele desembarcou durante a manhã no aeroporto Don Mueang, onde era aguardado por centenas de simpatizantes.

O ex-governante foi rapidamente levado pela polícia até a Suprema Corte. Em seguida, Shinawatra foi levado para uma prisão de Bangcoc, onde deve cumprir uma pena de oito anos por três casos julgados à revelia, vinculados a sua gestão do país e sua antiga empresa Shin Corp.

Porém, o retorno ao poder do partido associado a sua família, o Pheu Thai, pode provocar uma redução da pena.

Também nesta terça-feira, o Parlamento tailandês designou como primeiro-ministro Srettha Thavisin, um empresário de 60 anos que era o candidato de uma ampla coalizão de partidos pró-democracia e de partidos leais ao exército.

Thavisin, que fez carreira no setor imobiliário, era o único candidato ao posto de chefe de Governo, pelo partido Pheu Thai, e substituirá o general Prayut Chan-O-Cha, que está no poder desde o golpe de 2014.

A coalizão não inclui, no entanto, o 'Move Forward', partido reformista que venceu as eleições legislativas de 14 de maio.

Mesmo no exílio, Thaksin Shinawatra permaneceu como uma figura crucial e divisiva da política tailandesa, apoiado por seus simpatizantes conhecidos como "camisas vermelhas".

O grupo inclui muitos tailandeses que moram em zonas rurais, agradecidos pelas políticas de Shinawatra que incluíram atendimento médico barato e a adoção do salário mínimo. Eles enfrentam os "camisas amarelas", indivíduos leais à monarquia.

Thaksin, acusado de corrupção pelos críticos, denunciou com frequência o que considera uma manobra judicial destinada a afastá-lo do poder, em benefício das elites militares e monárquicas.

- Uma aliança complexa -

Ao incluir em sua coalizão os partidos pró-exército, o partido Pheu Thai, o segundo mais votado nas eleições de maio, espera um gesto do poder em benefício de Thaksin Shinawatra, que precisa de acompanhamento médico constante devido a problemas cardíacos e pulmonares.

"Se o rei não conceder o perdão a Thaksin em um determinado prazo, o Pheu Thai poderá começar a fazer perguntas sobre a coalizão formada para chegar ao poder", disse o cientista político Aaron Connelly.

"O Pheu Thai fez um pacto com o diabo (...) pode ser uma vitória a curto prazo, com dificuldades a longo prazo", disse Hervé Lemahieu, pesquisador especializado no sudeste asiático.

O pedido de perdão real demora entre um e dois meses, informou uma fonte da administração penitenciária tailandesa.


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