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Estado de Minas PEQUIM

China inicia manobras militares 'de advertência' ao redor de Taiwan


19/08/2023 17:55
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A China iniciou, neste sábado (19), manobras militares ao redor de Taiwan, a título de "advertência séria", após expressar descontentamento com a visita aos Estados Unidos do vice-presidente do governo da ilha, William Lai.

Lai é o favorito para as eleições presidenciais do ano que vem e fervoroso opositor às pretensões de Pequim sobre a ilha. As manobras acontecem após sua viagem ao Paraguai, um dos últimos aliados oficiais da ilha, durante a qual ele fez escalas em Nova York e San Francisco.

O governo da China, que se opõe aos contatos internacionais dos dirigentes taiwaneses, havia advertido que tomaria "medidas firmes e contundentes para salvaguardar a soberania nacional".

O Exército chinês "realizou neste sábado patrulhas conjuntas aéreas e marítimas e exercícios militares da Marinha e da Força Aérea ao redor da ilha de Taiwan", informou a agência de notícias estatal Xinhua, citando o comando militar.

Taiwan disse ter detectado 42 incursões de aeronaves militares chinesas em sua zona de defesa aérea "desde 09h [22h de sexta em Brasília]" no sábado, acrescentando que oito navios chineses também participaram das manobras.

Entre essas incursões, 26 aviões de guerra cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan, informou o Ministério da Defesa da ilha em comunicado.

Segundo a Xinhua, os exercícios têm o objetivo de "treinar a coordenação de navios e aviões militares e sua capacidade de controlar espaços aéreos e marítimos", além de testar a sua capacidade de lutar "em condições reais de combate", acrescentou a agência. Também representam "uma advertência séria ao conluio entre os separatistas pela 'independência de Taiwan' com elementos estrangeiros e às suas provocações".

- "Comportamento irracional" -

O Ministério da Defesa de Taiwan "condenou veementemente o que chamou de "comportamento irracional e provocativo" e anunciou o envio de "forças apropriadas" para proteger a "liberdade, democracia e soberania" na ilha.

Os Estados Unidos afirmaram que "acompanham as manobras de perto".

"Pedimos a Pequim que cesse sua pressão militar, diplomática e econômica sobre Taiwan e, no lugar, coloque em prática um diálogo construtivo" com a ilha, declarou o Departamento de Estado americano em um comunicado.

A China considera Taiwan como parte de seu território, que pretende reconquistar, mesmo que pela força. Nos últimos anos, Pequim aumentou a pressão militar, diplomática e econômica sobre a ilha.

No ano passado, a China realizou grandes exercícios militares ao redor da ilha após a visita à Taipé da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

Em abril, a China realizou três dias de exercícios militares simulando uma operação de bloqueio à ilha depois que a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, se reuniu na Califórnia com o sucessor de Pelosi, Kevin McCarthy, após retornar de uma viagem à Guatemala e Belize.

- "Agressor Notório" -

Um funcionário do departamento responsável pelos assuntos de Taiwan do Partido Comunista Chinês "condenou veementemente" a viagem e a descreveu como "uma nova ação provocadora" do Partido Progressista Democrático de Taiwan (no poder) para "conspirar ainda mais com os Estados Unidos", disse a Xinhua.

"A última 'parada' de Lai (...) é uma artimanha que ele usa para vender os interesses de Taiwan visando obter vantagens nas eleições locais por meio de manobras desonestas", disse o oficial citado pela agência.

"Os atos de Lai mostraram que ele é um agressor notório que empurrará Taiwan perigosamente à beira da guerra e causará problemas profundos aos seus compatriotas", acrescentou.

Neste sábado, o ministro das Relações Exteriores de Taiwan acusou a China de tentar "influenciar" as eleições em Taiwan em 2024. "A RPC deixou claro que deseja influenciar as próximas eleições nacionais em Taiwan", escreveu Joseph Wu, usando o acrônimo do nome oficial da China, na rede social X, antigo Twitter.

"São nossos cidadãos que devem decidir, não nosso vizinho tirânico", afirmou.

Em um almoço em Nova York, Lai prometeu "resistir à anexação" caso seja eleito e continuar defendendo os princípios básicos da administração de Tsai Ing-wen.

Lai tem falado mais abertamente sobre a independência da ilha do que sua antecessora, que desperta hostilidade em Pequim por não compartilhar sua visão de que Taiwan é parte da China.

Lai, um doutor formado em Harvard, se descreveu no passado como "um trabalhador pragmático pela independência de Taiwan".


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