"Enriquecimento ilegal, legalização de fundos obtidos ilegalmente, lucros ilícitos, transporte ilegal dos recrutas através da fronteira. Nossa solução: demitimos todos os comissários militares", anunciou Zelensky no Telegram, após uma investigação anticorrupção.
O presidente informou que 112 investigações criminais foram iniciadas após uma inspeção feita, entre outros, pelos órgãos anticorrupção da Ucrânia, pelos serviços de segurança (SBU) e pelo Ministério Público.
"Há abusos em várias regiões. Donetsk, Poltava, Vinnitsia, Odessa, Kiev", denunciou, pedindo a seu comandante em chefe, Valeri Zaluzhi, que substitua os demitidos por veteranos da guerra deflagrada pela Rússia.
"Este sistema deve ser administrado por pessoas que sabem exatamente o que é a guerra e por que o cinismo e o suborno em tempo de guerra são alta traição", acrescentou.
Segundo Zelensky, o recrutamento militar deve ser organizado por "soldados que passaram pela linha de frente, ou que não podem mais estar nas trincheiras porque não têm boa saúde, ou estão mutilados".
O presidente prometeu punir as autoridades corruptas.
Em julho, as autoridades ucranianas anunciaram a prisão preventiva de um ex-recrutador militar por suspeita de que ele teria gastado 4 milhões de euros para comprar uma casa de luxo na Espanha em plena invasão russa.
O combate à corrupção, mal endêmico na Ucrânia, é uma das condições da União Europeia para que mantenha sua candidatura ao bloco.
Em dois casos notórios, em maio, o presidente da Suprema Corte foi preso por corrupção e, em janeiro, um escândalo de irregularidades no aprovisionamento do Exército provocou uma cascata de demissões em ministérios, administrações regionais e no aparato judiciário.
KIEV