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Estado de Minas BELÉM

Reunião de cúpula no Brasil define medidas para salvar a Amazônia


08/08/2023 14:03
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A Cúpula da Amazônia começou nesta terça-feira (8) na cidade de Belém, no Pará, que segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representará um "marco" no combate à destruição da maior floresta tropical do planeta.

Liderados por Lula, os oito países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônia (OTCA) se reúnem para discutir estratégias contra o desmatamento, o crime organizado e ações para o desenvolvimento sustentável da região, que abriga quase 10% da biodiversidade do planeta.

"Nunca foi tão urgente retomar e ampliar a cooperação (...), vamos discutir e promover uma nova visão de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região, combinando a proteção ambiental com a geração de empregos" para os quase 50 milhões de habitantes da Amazônia, afirmou o presidente brasileiro na abertura da reunião.

A cúpula é um "marco" e estabelecerá "um antes e um depois" na história da defesa da Amazônia e da transição ecológica, garantiu o chefe do Executivo brasileiro, que prometeu um plano de "ação detalhado e abrangente para o desenvolvimento sustentável" na região.

Também estão presentes os presidentes da Bolívia, Luis Arce; da Colômbia, Gustavo Petro; do Peru, Dina Boluarte; o primeiro-ministro da Guiana, Mark Phillips, e a vice-presidente venezuelana Delcy Rodríguez, que substituiu o presidente Nicolás Maduro, ausente devido a uma infecção no ouvido.

Equador e Suriname estão representados por ministros.

Belém, que em 2025 receberá a conferência da ONU COP30, acordou com uma rígida operação de segurança, com bloqueios ao redor do evento e o maior porta-aviões da América Latina, da Marinha do Brasil, estacionado no porto.

Considerada durante anos o pulmão do planeta, a Amazônia está, segundo os cientistas, perto do ponto de não retorno, a partir do qual passará a emitir mais CO2 do que absorve, agravando a mudança climática.

Os acordos da cúpula serão concretizados na "Declaração de Belém", com um compromisso "enérgico e ousado" para conter as "ameaças" na região, afirmou Alexandra Moreira, secretária-geral da OTCA, organização criada em 1995 para preservar este ecossistema.

Os "cenários científicos nos mostram a necessidade de um desmatamento zero em 2030. Para isso, uma das medidas é o combate a delitos e ao crime organizado instalado em vários territórios amazônicos", acrescentou Moreira.

- Desmatamento e petróleo -

Um dos principais desafios será conseguir alcançar metas comuns para erradicar o desmatamento, uma forte demanda da sociedade civil, a qual o Brasil se comprometeu a extinguir em 2030 e aguarda a decisão dos outros países da organização.

"Cada país tem sua dinâmica, tem seu processo, não se trabalha com imposição de pensamento, é um processo de consenso progressivo", disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, na segunda-feira (7).

O ativista boliviano Pablo Solón, um dos representantes sociais que participou da abertura da cúpula, afirmou, no entanto, que a meta para 2030 é "insuficiente".

"É necessário proteger pelo menos 80% da Amazônia para 2025. Isto implica parar o desmatamento (...) e reabilitar as terras devastadas por incêndios e monoculturas", acrescentou, fazendo referência à meta também defendida pela Colômbia.

O fim da exploração de petróleo na Amazônia, defendido pela Colômbia, foi outra reivindicação da sociedade civil em seminário anterior à cúpula.

Susana Muhamad, ministra do Meio Ambiente da Colômbia, por sua vez, admitiu que dificilmente se chegará a um acordo sobre esta questão.

Os equatorianos decidirão em referendo este mês se suspendem a exploração de petróleo no bloco estratégico ITT, que fica dentro da reserva Yasuní e de onde se extrai 12% dos 466 mil barris diários que o país produz.

Especialistas apontam que a declaração deve incluir compromissos para maior proteção dos territórios indígenas, considerados uma importante barreira contra o desmatamento, devido à forma sustentável com que essas comunidades exploram seus recursos.

- Liderança à prova -

Na quarta-feira, os presidentes da OCTA se reunirão com representantes do Congo, da República Democrática do Congo (RDC) e Indonésia, países que também têm florestas tropicais, além de representantes da França, Noruega e Alemanha.

O objetivo desse dia será chegar a uma posição comum para apresentar na COP28, que será realizada este ano em Dubai.

O evento também é visto como um teste de liderança da região em questões climáticas e especialmente do Brasil, após o retorno de Lula ao poder, que pôs fim a quatro anos de negacionismo climático de seu antecessor, Jair Bolsonaro.

A cúpula "deve produzir resultados concretos se a região levar a sério seu posicionamento como líder na ação climática", disse o grupo ativista Avaaz.


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