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Estado de Minas MOSCOU

Rumores de expurgo e mistérios no Exército russo após motim do Grupo Wagner


13/07/2023 19:54
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Rumores de um expurgo, medo de uma nova rebelião e possíveis ajustes de contas se multiplicaram no seio das Forças Armadas da Rússia, conhecidas por seu hermetismo, depois do motim frustrado do Grupo Wagner. Uma situação que se ilustra pelo destino de três generais.

. Desaparecimento do general Surovikin

Com fama de implacável, veterano das brutais guerras na Chechênia (1999-2009) e na Síria, Sergei Surovikin é um dos comandantes emblemáticos da intervenção russa na Ucrânia, da qual foi responsável de outubro de 2022 a janeiro de 2023.

Também é considerado próximo do chefe do Grupo Wagner, o oligarca Yevgeny Prigozhin, que não o criticava em seus vídeos cheios de agressividade contra o Estado-Maior russo e que o considerava "o único homem com estrela de general que sabe combater".

No entanto, depois do motim fracassado do grupo de combatentes mercenários, Sergei Surovikin simplesmente desapareceu.

Sua última aparição pública foi em um vídeo, na noite do motim, com ar de constrangido, no qual exorta as tropas do Wagner a desistirem da rebelião.

Estava vestido com uniforme, mas sem dragonas, o que, para alguns observadores, é sinal de que poderia estar detido.

Segundo o jornal New York Times, que cita os serviços de inteligência americanos, o general Surovikin tinha conhecimento prévio do motim.

O Kremlin, em contrapartida, desmentiu essas informações e afirma que ele continua oficialmente em seu posto. Mas os rumores mais diversos não param de circular, que vão desde a detenção até uma simples suspensão.

Na quarta-feira, o chefe do Comitê de Defesa da Duma (Câmara dos Deputados) russa, Andrei Kartapolov, deu novo impulso às especulações ao empregar termos enigmáticos: Surovikin "descansa, não está disponível por ora", afirmou.

. Destituição do general Popov

Em uma mensagem revelada na noite de quarta-feira, o major-general Ivan Popov afirma que foi suspenso de suas funções por ter alertado "com firmeza" o alto comando sobre as dificuldades experimentadas na Ucrânia, especialmente as fortes perdas humanas e a carência de material de ponta.

"As forças ucranianas não conseguiram penetrar em nosso exército, mas fomos atingidos por trás por nosso chefe principal, que decapitou covardemente o exército no momento mais difícil", acrescenta, ao provavelmente se referir ao chefe de Estado-Maior, o general Valeri Gerasimov.

Segundo o canal de Telegram Grey Zone, visto por mais 500.000 assinantes, Gerasimov teria acusado Popov de "desinformação e alarmismo" ao tomar conhecimento de seu relato.

Ivan Popov dirige o 58º Exército russo, considerado um dos melhores em combate e que está destacado na província ucraniana de Zaporizhzhia, onde enfrenta a contraofensiva de Kiev.

O Kremlin não está feliz com essa lavagem de roupa suja em público. Inicialmente destinada para um chat privado de militares, a mensagem do general foi difundida por um deputado, que foi repreendido por um dirigente do partido Rússia Unida, que o criticou por ter transformado a disputa em um "espetáculo político".

. A morte do general Tsokov

O tenente-general Oleg Tsokov morreu em 11 de julho por causa de um bombardeio contra um hotel distante do front de batalha perto de Berdiansk, cidade ocupada pelos russos no sul da Ucrânia?

Neste momento, é pouco provável que o Exército russo confirme esta morte, mas é o que afirma a televisão pública russa e blogueiros militares pró-Kremlin, fontes de informação necessárias devido à falta de comentários oficiais do governo russo.

Esta nova morte de um general em um bombardeio específico gerou muitas críticas. "É triste dizer isso, mas a qualidade da inteligência do inimigo é superior à nossa", assinalou o canal Zapiski Veterana.

O blogueiro Rybar, seguido por 1,2 milhão de assinantes, reprovou o alto comando por não fazer nada, enquanto existem "células dormentes" que informam à Ucrânia a partir dos territórios ocupados e também são conhecidas as capacidades de espionagem via satélite dos aliados ocidentais da Ucrânia.

"Todo o mundo sabe disso, todos estão informados, mas não se toma nenhuma providência", acrescentou.

THE NEW YORK TIMES COMPANY


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