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Estado de Minas LONDRES

Médicos de hospitais da Inglaterra iniciam greve de cinco dias

Profissionais de saúde querem aumento de salário em face ao alto custo de vida registrado no país nos últimos anos


13/07/2023 08:50 - atualizado 13/07/2023 09:15
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Sede da British Medical Association, em Londres
Sede da British Medical Association, em Londres (foto: British Medical Association-Divulgação)
Milhares de médicos de hospitais ingleses iniciaram nesta quinta-feira (13) uma greve de cinco dias, uma paralisação das atividades de duração inédita, para reivindicar aumento salarial em meio à crise do custo de vida.

Os médicos auxiliares, estatuto similar ao do médico residente interno, iniciaram a greve às 7h00 locais (3h00 em Brasília) e voltarão a trabalhar apenas na terça-feira (18), no mesmo horário.

Já os médicos mais qualificados, com "status" de "consultores", apresentaram aviso de greve para 20 e 21 de julho.

Esta é a greve contínua mais longa dos médicos nos 75 anos de história da Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês), de acordo com o sindicato British Medical Association (BMA).

A paralisação acontece no momento em que o governo deve votar uma medida sobre o aumento salarial do setor público, enquanto a inflação permanece em 8,7%, a mais elevada entre os países do G7.

No Reino Unido, os auxiliares representam quase metade de todos os médicos dos hospitais. O estatuto inclui nessa categoria desde jovens médicos recém-formaos até outros com mais de oito anos de experiência. Nos últimos meses, eles aumentaram suas mobilizações.

Arjan Sing, um médico de 27 anos, sentou-se em um piquete do lado de fora do University College Hospital, em Londres.

"O NHS funciona, graças à boa vontade (dos funcionários), e esta é a última chance de mudar isso", disse.

Alguns de seus colegas cogitam a mudança para países que "se preocupam com os seus médicos", acrescentou.

"Acho que algo deve mudar, mas temo que as pessoas, ou o governo, não escutem, e que vejamos uma erosão gradual do NHS que todo mundo ama", disse sua colega Rebecca Lissman, 29 anos.

Os médicos denunciam que, nos últimos 15 anos, a categoria sofreu uma perda salarial de 26% em termos reais, já que os salários não acompanharam o ritmo da inflação.

- Salários em discussão -

Eles querem recuperar os níveis salariais de 2008-2009, mas o governo alega que isso implicaria um aumento salarial médio de 35% este ano e que é muito caro.

"Podemos cancelar esta greve se o governo britânico seguir o exemplo do governo escocês, que fez uma nova oferta que levou à suspensão do movimento", afirmaram Robert Laurenson e Vivek Trived, diretores da BMA.

Quando a greve foi anunciada no final de junho, um porta-voz do Ministério da Saúde considerou esta nova mobilização "extremamente decepcionante" e destacou que "os cinco dias de greve provocariam transtornos significativos para os pacientes e colocariam outras categorias de funcionários do NHS sob pressão".

O governo conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak se declarou disposto a "continuar as discussões", caso a greve fosse cancelada e se os manifestantes abandonassem as "exigências salariais insensatas".

O NHS atravessa uma profunda crise, fragilizado pelas políticas de austeridade e pelas consequências da pandemia da covid-19.

De acordo com dados da BMA, em abril havia 7,42 milhões de pessoas à espera de tratamento na Inglaterra, com pouco mais de 3 milhões de pacientes esperando há mais de 18 meses.


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