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Estado de Minas COMPETIÇÃO COM ANIMAIS

Corridas de cavalos: lesões e sacrifícios impactam fãs e críticos

Morte de cavalos em corridas reacende debate sobre os desafios de tratamento e prevenção, com destaque para a anatomia e as particularidades desses animais.


29/05/2023 11:45 - atualizado 29/05/2023 19:28
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Cavalo
Imobilizar um cavalo traz vários desafios, como a agitação e o nervosismo desses animais e a necessidade de distribuir o peso sobre as quatro patas, mesmo quando dormem (foto: Freepik)
As corridas de puro-sangue atraem muitos fãs pela beleza dos animais, a emoção dos movimentos e a alegria de vencer uma aposta. No entanto, um aspecto frio e difícil de aceitar para os fãs e críticos é o fato de que, às vezes, um cavalo se machuca e, em alguns casos, é sacrificado, muitas vezes na própria pista. No início deste mês, sete cavalos morreram no Churchill Downs durante os preparativos para o Kentucky Derby, incluindo quatro que sofreram fraturas nas pernas durante corridas ou treinos. A vitória do National Treasure, treinado por Bob Baffert, no Preakness foi ofuscada pelo colapso e eutanásia de outro cavalo de corrida de Baffert no Pimlico Race Course.

Os opositores das corridas de cavalos frequentemente destacam essas ocorrências ao apresentar seus argumentos. A realidade perturbadora das avarias levanta a questão: algo tão simples quanto uma perna quebrada pode levar à morte de um cavalo? Veterinários afirmam que, infelizmente, na maioria das vezes, a resposta é 'sim'. Os cavalos são diferentes de muitos animais e outros equinos devido à sua anatomia. Eles são capazes de correr muito rápido e pesam cerca de 500 quilos, o que gera forças extremamente intensas em suas pernas.

Dr. Scott E. Palmer, diretor médico equino da Comissão de Jogos do Estado de Nova York, explica que os músculos dos cavalos estão na parte superior do corpo, enquanto a parte inferior da perna possui apenas pele, ossos, tendões, vasos sanguíneos e nervos. Se algo quebra, a circulação da área pode ser comprometida pela lesão. Como resultado, os cavalos são vulneráveis a fraturas nas pernas, seja na pista de corrida, em um pasto ou chutando a porta de um estábulo. O tratamento de uma perna quebrada em cavalos é extremamente complicado devido à severidade das fraturas, ao peso e à fragilidade das pernas desses animais.

Imobilizar um cavalo traz vários desafios, como a agitação e o nervosismo desses animais e a necessidade de distribuir o peso sobre as quatro patas, mesmo quando dormem. Além disso, o tratamento pode causar muita dor para o cavalo, que não compreende o que está acontecendo. Uma condição comum e perigosa que pode ser desenvolvida durante o tratamento é a laminite, que causa dor intensa e dificulta o apoio do cavalo em suas pernas.

Manter um cavalo deitado por longos períodos também não é uma opção, pois pode causar danos musculares, restrição do fluxo sanguíneo e acúmulo de sangue nos pulmões. Além disso, o custo do tratamento pode ser muito alto e nem sempre garante sucesso e retorno à pista. Por isso, a eutanásia acaba sendo a escolha infeliz na maioria das vezes.

Avanços no tratamento e prevenção de lesões em cavalos têm sido feitos nas últimas décadas, incluindo o desenvolvimento de melhores antibióticos, talas de alumínio e maior compreensão da laminite. A prevenção é um caminho promissor, dada a anatomia peculiar dos cavalos. Dr. Palmer tem esperança em dispositivos biométricos, como sensores do tipo Fitbit, que podem ajudar a detectar problemas antes que as lesões ocorram. Um teste realizado no Hipódromo de Saratoga no ano passado mostrou resultados promissores, mas o cuidado com os cavalos continua sendo um desafio.


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