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Estado de Minas LA PAZ

Congressistas bolivianas se agridem durante sessão no Congresso


24/05/2023 17:04
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Com chutes, socos e puxões de cabelo, parlamentares governistas e da oposição na Bolívia se enfrentaram na terça-feira (23) durante uma sessão pública do Parlamento, que discutia o futuro do governador preso Luis Fernando Camacho, principal adversário do presidente Luis Arce.

O ministro de Governo (Interior, Casa Civil no Brasil), Eduardo del Castillo, foi convocado ao Parlamento bicameral para apresentar um relatório sobre a detenção, em dezembro do ano passado, do governador Camacho, de direita.

O político é acusado de promover um suposto "golpe de Estado" contra o esquerdista Evo Morales em 2019, após 14 anos no poder, e sua sucessão pela senadora direitista Jeanine Áñez, também presa pelo mesmo crime.

Enquanto defendia a legalidade da detenção, Del Castillo criticou os parlamentares do 'Creemos', partido de Camacho, e o chamou de "grupos radicais, ladrões, violentos que vieram roubar a carteira do povo boliviano".

Durante o discurso do ministro, um grupo de parlamentares da oposição exibiu cartazes com frases como "com presos políticos não há democracia" e outra com uma foto de Del Castillo e a legenda "ministro do terror".

Outra mensagem dizia: "não foi golpe, foi fraude!". A oposição assegura que o ocorrido em 2019 não foi golpe de Estado, mas sim uma fraude de Morales nas eleições presidenciais desse ano para permanecer no poder até 2025.

Em resposta, durante a sessão, algumas parlamentares governistas avançaram contra as opositoras para arrancar os cartazes, o que provocou o início da troca de agressões, de acordo com as imagens divulgadas nas redes sociais.

Várias deputadas iniciaram uma luta de vários minutos, com tapas, socos e puxões de cabelo. Alguns deputados de ambos os lados tentaram apaziguar os ânimos das colegas de Parlamento.

Nesta quarta, algumas das legisladoras envolvidas na confusão deram explicações em coletivas de imprensa.

Moira Osinaga, do partido de Camacho, disse que a governista Tania Paniagua, foi quem "me agrediu no rosto, tenho hematomas no braço". Acrescentou que fará um exame com um médico legista e que tomará medidas legais.

Paniagua, a citada, pediu desculpas "ao povo boliviano", mas esclareceu que a oposição, se utilizando do uso da força, queria violar direitos dos outros congressistas.

"Me agrediram três vezes e tive que reagir", acrescentou.

Outra deputada da oposição, Erika Tórrez, assegurou que "me agarraram e me jogaram no chão, eu estou fazendo um tratamento de fertilização, Deus queira que nada me aconteça, à noite fui medicada".

O vice-presidente do país e presidente do Congresso, David Choquehuanca, anunciou que convocará as bancadas para exigir que incidentes do tipo não voltem a acontecer.

O presidente da Câmara dos Deputados, o governista Jerges Mercado, considerou o episódio "lamentável" e "uma vergonha"

A confusão é mais um episódio da polarização no país: a oposição afirma que a Bolívia tem 180 presos políticos, acusados pelo governo esquerdista de apoiar um suposto golpe de Estado contra o ex-presidente Evo Morales em 2019 e de dar suporte a sua sucessora, a direitista Jeanine Áñez, que também está presa.


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