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Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Morte de Rita Lee deixa o país de luto


09/05/2023 20:14

O governo decretou nesta terça-feira (09) três dias de luto oficial pela morte de Rita Lee, 75, ícone do rock brasileiro e compositora de músicas que se tornaram símbolos feministas.

A artista, diagnosticada com câncer de pulmão em 2021, morreu "em sua residência em São Paulo, no fim da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou", diz um um comunicado publicado em sua conta no Instagram.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de três dias por aquela que considerou "um dos maiores e mais geniais nomes da música brasileira".

O velório de Rita será aberto ao público, nesta quarta-feira (10), no Planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo, informou sua família, que agradeceu "o carinho" dos fãs "em um momento de profunda tristeza". O corpo será cremado, como desejava a cantora.

Nascida em São Paulo em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee conquistou o Brasil com o trio de rock psicodélico Os Mutantes, no auge da "Tropicália" - um movimento libertário que revolucionou a música brasileira durante a Ditadura Militar (1964-1985).

A partir de 1972, continuou sua carreira com a banda Tutti Frutti e, posteriormente, seguiu carreira solo.

- Rainha do rock -

Pouco depois do anúncio, as redes sociais foram tomadas de homenagens à artista. "Julgava inapropriado o título de rainha do rock, mas o apelido faz jus à sua trajetória. Rita ajudou a transformar a música brasileira com sua criatividade e ousadia", acrescentou Lula.

O cantor Gilberto Gil, 80 anos, homenageou Rita Lee nas redes sociais com um compilado de fotos e vídeos performando ao seu lado. "Descansa, minha irmã. Amo você. Um abraço fraterno da família Gil", publicou.

Seu colega Caetano Veloso também dedicou algumas palavras à cantora: "O coração de Rita deixou de bater, mas o do mundo não para de bater por ela. Rita está entre os criadores musicais mais brilhantes do Brasil", tuitou.

"Rita, meu amor! Teu sorriso e tua música trouxeram alegria e liberdade a este mundo", afirmou o cantor argentino Fito Páez. "Rita se dedicou a relaxar todas as tensões da sociedade com graça, humor e sua voz encantadora. Vamos sentir muito sua falta, menina linda!"

Personalidades como Chico Buarque, Djavan, Milton Nascimento, Maria Bethânia e Xuxa também expressaram seu carinho.

- Sexo, amor e liberdade -

Pioneira no cenário musical, Rita Lee vestiu figurinos extravagantes e ficou conhecida por suas canções irreverentes, que falavam de sexo, amor, liberdade e se tornaram símbolos feministas.

Com baixa estatura, os cabelos ruivos com franja e os óculos coloridos viraram sua marca registrada.

"Minha mãe, que amo mais que tudo nessa vida, virou uma estrela no céu. Que vida intensa e espetacular você teve. Admirada e amada por tantas pessoas. Tão à frente do seu tempo", escreveu no Instagram João Lee, um de seus três filhos. "Seu legado, sua história e sua arte viverão para sempre", acrescentou.

Rita Lee anunciou sua aposentadoria dos palcos em 2012, aos 64 anos, alegando "fragilidade física".

A ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes, a definiu como "uma mulher revolucionária" e pediu um minuto de silêncio durante uma audiência no Senado Federal nesta terça-feira.

Em 50 anos de carreira, Rita Lee lançou mais de 30 álbuns, foi indicada sete vezes ao Grammy Latino e venceu uma vez em 2001, na categoria de Melhor Álbum de Rock Brasileiro, com o disco "3001".

Entre suas frases mais compartilhadas pelos fãs nas redes sociais nesta terça estava uma "profecia" que incluiu em sua autobiografia de 2016, sobre o dia de sua morte, na qual imaginava com humor o que diria seu epitáfio: "ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa".


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