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Estado de Minas MOSQUITO CREEK

Medição de neve no Colorado antecipa 'ano úmido' no oeste dos EUA


12/04/2023 09:51

No alto de um deslumbrante vale branco e cheio de árvores nas Montanhas Rochosas, dois cientistas armados de esquis e pranchetas cravam um longo tubo em uma camada intocada de neve e observam seu interior.

"Vinte e quatro polegadas (61 cm), nada mal", diz Brian Domonkos, antes de pegar o cilindro de metal, agora cheio de neve, e enganchá-lo em uma balança portátil pendurada no bastão de esqui de seu colega.

A medição é feita no mesmo ponto com esta técnica a cada inverno desde 1966 para determinar a quantidade de água contida neste manto crucial de neve no estado do Colorado, no noroeste dos Estados Unidos.

Os dados obtidos nesse remoto e pitoresco vale são essenciais para calcular quanta água chegará às secas e extensas cidades do oeste dos Estados Unidos durante o verão boreal (hemisfério norte, inverno no Brasil).

"Entre 50% e 80% de toda a água que usamos no oeste provém do degelo da montanha", explica Domonkos.

Este ano há muito em jogo. Depois de mais de duas décadas de seca, exacerbada pela mudança climática causada pelo homem, os reservatórios gigantes da região caíram para níveis recordes.

Embora o inverno tenha trazido chuvas de proporções bíblicas para as cidades costeiras, boa parte dessa água já drenou e escoou para o Oceano Pacífico.

De modo que é essa neve, acumulada entre os pinheiros no topo do planalto do Colorado, a cerca de 3.000 metros de altitude, que determinará a quantidade de água disponível para cidades remotas nos próximos meses de seca.

- 'Emprego dos sonhos' -

Além de fazer medições, funcionários do Centro de Neve do Colorado, como Domonkos, verificam e consertam as estações de monitoramento de alta tecnologia espalhadas pelas Montanhas Rochosas.

As informações que eles coletam permitem aos cientistas prever a cobertura anual de neve, um trabalho que é uma "enorme responsabilidade", diz seu colega Nagam Gill.

Sua produção é ansiosamente esperada por todos: das estações de esqui locais até os operadores veículos limpa-neve, silvicultores e geradores de energia hidrelétrica do estado.

Mas, ainda mais crucial, é a obrigação que o Colorado tem de compartilhar um percentual da água que recebe anualmente com os estados corrente abaixo. Se você calcular mal a cobertura anual de neve e enviar mais água do que deveria para o rio, "você nunca vai recuperá-la", adverte Domonkos.

Apesar dos desafios, os dois cientistas dizem que o trabalho tem seus benefícios. Seus deveres geralmente levam-nos a belos e protegidos picos e vales do Colorado, Novo México, Arizona e Wyoming.

"É o emprego dos sonhos", diz Domonkos, que ocasionalmente interrompe a entrevista para saciar a sede com um punhado de neve branca que recolhe do chão.

Segundo as previsões atuais, este será o nono ano mais chuvoso da história da bacia. Se as baixas temperaturas e a nevasca persistirem, pode ficar entre os cinco primeiros.

Mas, na montanha, Domonkos permanece cauteloso. A seca já dura tanto tempo, lembra ele, que "vai levar vários anos para superá-la".

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