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Estado de Minas BRUXELAS

Dezenas de pessoas dormem em barracas na rua à espera de asilo na UE


03/03/2023 16:04

Pessoas dormindo em barracas alinhadas ao longo do canal de Bruxelas, sob temperaturas abaixo de zero - esta imagem se tornou o retrato da crise de asilo no coração da chamada capital da Europa.

"Isso não é o que eu sonhei", diz Moussa, um jovem de 21 anos que deixou Serra Leoa em 2020.

Dezenas de solicitantes de asilo que vivem nos acampamentos improvisados vêm do Afeganistão, países da África subsaariana, Palestina e Síria.

Algumas dessas pessoas relatam que passam meses vivendo nas ruas durante o inverno europeu sem poder tomar banho ou lavar roupa, dependendo exclusivamente de ONGs para conseguirem se alimentar.

Suleyman Camara chegou a Bruxelas no final de janeiro após uma árdua viagem de quatro anos da Guiné à capital belga, em um trajeto que passou por Mali, Argélia e Tunísia, antes de seguir para a Itália em um barco.

Sob temperaturas abaixo de zero, o jovem de 24 anos divide uma barraca e alguns cobertores com Moussa, que não quis revelar seu sobrenome.

Ambos pedem às autoridades que forneçam um abrigo temporário enquanto esperam seus pedidos de asilo serem analisados.

"Comer e dormir ao ar livre é difícil (...) quero me capacitar e trabalhar", contou Suleyman, que é aprendiz de pintor.

Esta semana, a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou sobre as condições "indignas" dos migrantes e instalou banheiros químicos e uma pia com acesso a água corrente nas proximidades.

A entidade enfatizou que os imigrantes merecem ter "higiene e dignidade básicas" e criticou a "gestão desastrosa" da Bélgica.

David Vogel, do MSF, contou à AFP que as tendas apareceram pela primeira vez no final de 2021, perto do prédio federal conhecido como "Petit Château" (pequeno castelo), que havia sido utilizado para guiar os solicitantes de asilo a um alojamento temporário após se registrarem.

No entanto, desde 2021, o local com cerca de 33.000 lugares está lotado. E o acampamento improvisado ao longo do canal cresceu de cerca de 60 tendas para mais de 120 atualmente, disse.

Para ele, "não há vontade política para resolver esta crise".

- Número de pedidos de asilo dispara -

De acordo com dados oficiais, a Bélgica registrou 37.000 pedidos de asilo em 2022, 11.000 casos a mais em relação ao ano anterior.

Este aumento no número de chegadas é registrado em toda a União Europeia.

No ano passado, houve quase um milhão de pedidos de proteção internacional, atingindo um nível visto pela última vez durante a crise de refugiados de 2015-2016.

As autoridades belgas dizem que a meta é acelerar o processamento das solicitações para devolver os chamados "migrantes econômicos" a seus países de origem o mais rápido possível

"Em nosso país, muitas pessoas entram, mas não têm esse direito", contou o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, ao Parlamento, na quinta-feira.

"Precisamos de uma investigação de antecedentes mais eficaz e melhor coordenada entre os países europeus", acrescentou.

O parlamentar da oposição de centro, François De Smet, disse que o acampamento improvisado de "100 a 200 pessoas" no centro de Bruxelas é "uma vergonha" para a Bélgica.

Entidades humanitárias que trabalham com refugiados pedem uma solução permanente para resolver a questão da falta de abrigo para essas pessoas.


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