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Estado de Minas NAÇÕES UNIDAS

Invasão russa à Ucrânia 'afronta consciência coletiva', denuncia ONU


22/02/2023 20:24

A invasão da Ucrânia pela Rússia há um ano representa uma "afronta a nossa consciência coletiva", denunciou, nesta quarta-feira (22), o secretário-geral da ONU na Assembleia Geral, na qual Kiev e seus aliados esperam o apoio maciço a uma resolução que pede uma "paz justa e duradoura".

"O primeiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia representa um marco sombrio para o povo ucraniano e para a comunidade internacional. Essa invasão é uma afronta à nossa consciência coletiva", declarou António Guterres, que ressaltou seu temor de um recrudescimento do conflito.

"As possíveis consequências da escalada do conflito são um perigo claro e já estão aí", assinalou, voltando a evocar os riscos relacionados às "ameaças implícitas" do recurso a armas nucleares e atividades militares "irresponsáveis" em torno de usinas atômicas.

"Já é hora de se afastar desse abismo", frisou.

Após os discursos de pelo menos 80 delegados na assembleia, esta prevista para esta quinta-feira a votação de uma nova resolução que "destaca a necessidade de alcançar uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia, de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas, o mais rápido possível".

Como nas resoluções anteriores, o texto reafirma o "apego" à "integridade territorial da Ucrânia", "exige" a retirada imediata das forças russas e pede o "fim das hostilidades".

Não faz, contudo, referência ao plano de paz de dez pontos apresentado em novembro pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

A Ucrânia optou por desistir desse plano para tentar obter o maior número de votos possível, segundo fontes diplomáticas. Pelo menos tanto quanto em outubro, quando 143 países votaram a favor da resolução que condenou as anexações de vários territórios ucranianos pela Rússia.

"Chegamos a um texto que realmente tenta unir a comunidade internacional, e ser o mais coerente e positivo possível", comentou um diplomata europeu.

Um ano após a invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, a medida também enviará uma mensagem para a Rússia de que "não pode atingir seus objetivos pela força", acrescentou, esperando que, se Moscou "se sentir realmente isolada, em algum momento será muita pressão para resistir".

- O abismo da guerra -

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu na terça-feira que vai continuar "sistematicamente" sua ofensiva na Ucrânia, em um discurso com reminiscências antiocidentais da época da Guerra Fria.

Na Assembleia Geral, o representante russo na ONU, Vasily Nebenzya, arremeteu contra os países do Ocidente.

"Em seu desejo de infligir uma derrota à Rússia de qualquer forma possível, [os ocidentais] podem sacrificar não apenas a Ucrânia, mas também estão dispostos a arrastrar o mundo inteiro para o abismo da guerra", advertiu o diplomata russo.

Por sua vez, o alto representante para a Política Externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse que a guerra na Ucrânia não é uma questão "do Ocidente contra a Rússia". "Esta guerra ilegal afeta todo o mundo: o Norte, o Sul, o Oriente e o Ocidente", ressaltou.

Nesse contexto, a China, que assim como a Índia se absteve em votações anteriores sobre a Ucrânia, disse que pretende apresentar em breve uma proposta para encontrar uma "solução política" para a guerra. Uma visão que já foi apresentada à Rússia nesta quarta pelo ministro das Relações Exteriores chinês, segundo Moscou.

O projeto de resolução também pede a "realização de diligências" a nível nacional e internacional contra os autores dos crimes cometidos na Ucrânia para que "respondam por seus atos".

Mas não menciona especificamente o estabelecimento um tribunal especial reivindicado por Kiev para julgar os responsáveis pela agressão russa, como reiterou a primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, nesta quarta-feira.

"Não somos os únicos que precisamos disso, é para todo o mundo. Para que não volte a acontecer", declarou Zelenska em um vídeo difundido durante um encontro especial na ONU sobre as violações dos direitos humanos em seu país.

As três resoluções ligadas à agressão russa votadas pela Assembleia Geral há um ano receberam entre 140 e 143 votos a favor, com cinco países sistematicamente contra (Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte e Eritreia) e menos de 40 abstenções.

Em abril, uma quarta resolução um pouco diferente, que suspendeu a Rússia do Conselho de Direitos Humanos, foi menos consensual, com 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções.


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