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Estado de Minas DOHA

Geração 'maldita' de Neymar segue de mãos vazias


09/12/2022 16:10
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A sexta estrela escapou mais uma vez. O Brasil foi eliminado pela Croácia nesta sexta-feira ao perder nos pênaltis (4-2) depois de um empate em 1 a 1 nos 120 minutos de tempo normal e prorrogação, nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar, encerrando o ciclo de Tite e dando um duro golpe na geração de Neymar, que não tem conseguido se aproximar de seus ilustres antecessores.

A Seleção chegou ao Catar com todos os ventos a seu favor para encerrar o jejum de 20 anos sem conquistar o maior troféu do futebol: uma defesa sólida, um ataque arrasador, com Neymar em grande fase, e um treinador experiente e respeitado pelo elenco.

O bom início da equipe no torneio despertou esperanças, mas também marcou o começo de uma tendência negativa que afetou peças-chave: Neymar e o lateral Danilo, titular absoluto de Tite, tiveram lesões nos tornozelos e só voltaram no jogo contra a Coreia do Sul.

Suas contusões foram seguidas pelas dos laterais-esquerdos Alex Sandro e Alex Telles e do atacante Gabriel Jesus. Os dois últimos precisaram deixar o Catar definitivamente. Para maior desgraça, ao perder nas quartas, o time de Neymar sai com o pior desempenho das últimas quatro edições da Copa do Mundo.

E sua melhor atuação nesse período, a semifinal de 2014 em casa, foi marcada pela humilhação contra a campeã Alemanha (7 a 1).

- Peso nas costas -

Tantos anos de seca para uma seleção que só aceita a vitória acumularam expectativas imensas nos ombros de alguns jogadores que brilham na Europa, mas que há um ano e meio já haviam sofrido um baque: a derrota na final da Copa América contra a Argentina (1 a 0) de Lionel Messi, em pleno Maracanã.

O tricampeão mundial, Pelé, se juntou ao coro que reivindicava o título no país árabe: "Tragam o troféu para casa!", declarou o ex-craque antes da estreia.

Nos treinos em Doha, era perceptível o espírito e a comunhão em torno da conquista do 'hexa'. Os jovens e os jogadores mais experientes se uniam em abraços e gargalhadas diante dos olhares dos jornalistas.

O troféu da Copa do Mundo foi a imagem preferida no papel de parede de alguns celulares, inclusive de Neymar. A decoração do local de treinamento lembrava as conquistas de Pelé (1958, 1962 e 1970), Romário (1994) e Ronaldo (2002).

"Carregamos esse peso como todos os brasileiros", disse o atacante Raphinha antes da largada. "Desde 2006 todo mundo quer que o Brasil ganhe uma sexta estrela". Mas o sonho agora foi adiado para 2026, quando Estados Unidos, México e Canadá sediarão o torneio.

A essa altura, pelo menos no papel, o zagueiro Thiago Silva (38 anos) e o lateral-direito Dani Alves (39) não estarão mais por lá, e a sombra vai parar sobre Neymar, que em outubro garantiu que o Mundial do Catar seria seu último. "Não sei se tenho força mental para continuar jogando futebol", disse ele em um documentário.

'Ney' ainda pode mudar de ideia, especialmente porque ele tem apenas 30 anos e tem um longo contrato com o Paris Saint-Germain.

Mas o fracasso em sua terceira Copa do Mundo pode acabar prevalecendo: humilhado em 2014, decepcionado em 2018 e surpreendido em 2022.

O craque corre o risco de encerrar a carreira com apenas o título da Copa das Confederações (2013) e o ouro olímpico (2016) em sua galeria de troféus pelo Brasil, já que se machucou em 2019, quando o Brasil de Tite conquistou a Copa América.

- Sangue novo -

Sua relação com a Seleção (77 gols em 124 jogos) foi abalada por suas inúmeras lesões e polêmicas dentro e fora de campo, o que dificultou para muitos brasileiros se unirem em torno de seu nome.

A curto prazo, se continuar, tem o 'prêmio de consolação' de poder superar Pelé (77 gols) como maior artilheiro da seleção brasileira de todos os tempos.

Mas o saldo negativo não oscila apenas para o lado do camisa 10. Ele também aponta para o técnico Tite, de 61 anos, que anunciou antes do torneio que deixaria o cargo após a Copa do Mundo.

"Sei que o futebol é feito de ciclos e tive uma oportunidade única de me encontrar nessa posição", disse o treinador há alguns meses, no comando desde junho de 2016, após a demissão de Dunga.

Adenor Leonardo Bachi, que se tornou conhecido como Tite, soube acertar o rumo da Seleção, que com facilidade se classificou para dois Mundiais consecutivos e levou o título continental em 2019.

Mas o técnico era regularmente criticado por seu jogo, às vezes considerado defensivo, pelo torcedor cujo paladar ainda saboreia o futebol deslumbrante de lendas como Pelé, Ronaldo e Ronaldinho.

Com sua reserva inesgotável de talentos, como os jovens Vinícius Júnior, Rodrygo e Gabriel Martinelli, os pentacampeões poderão se reinventar, independentemente do novo técnico.

A pressão para voltar a vencer, porém, será mais sufocante.


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