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Estado de Minas WASHINGTON

Biden vai à Filadélfia, berço dos EUA, para desqualificar apoiadores de Trump


01/09/2022 19:34

A Casa Branca não poupou simbolismos: na Filadélfia, berço dos Estados Unidos, o presidente Joe Biden fará um inusitado discurso em horário nobre nesta quinta-feira (1º) para atacar os apoiadores de Donald Trump que, segundo ele, degradam a "alma do país".

O discurso do presidente, marcado para as 20h00 (21h00 no horário de Brasília), acontecerá perto do prédio onde a Declaração de Independência e a Constituição dos Estados Unidos foram adotadas há mais de dois séculos.

Em seu pronunciamento, Biden pedirá aos americanos para que "defendam" a democracia nos Estados Unidos, de acordo com um trecho do discurso divulgado pela Casa Branca.

"Durante muito tempo dissemos a nós mesmos que a democracia americana está garantida. Mas não está. Temos que defendê-la. Protegê-la. Cada um de nós", dirá o presidente.

Biden acusará os apoiadores de seu antecessor, Donald Trump, de fazer os Estados Unidos "retrocederem".

"As forças do MAGA (Make America great Again) estão decididas a fazer este país retroceder. Retroceder a um Estados Unidos da América onde não haja direito à escolha, à privacidade, à anticoncepção, nem o direito a se casar com quem se ama", diz o extrato do discurso de Biden.

A Pensilvânia, o estado do leste do país onde a Filadélfia está localizada e que Biden visitará pelo menos três vezes em uma semana, pode ser a chave para as eleições legislativas de novembro.

- "MAGA" -

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, já disse que o presidente democrata de 79 anos não fará rodeios na hora de atacar seus oponentes republicanos.

"O presidente acredita que há uma ameaça extremista à nossa democracia", afirmou.

E essa "ameaça" tem um nome: republicanos "MAGA" ou "ultra-MAGA", que aderem à ideologia "Make America Great Again" do ex-presidente Donald Trump.

Biden "nunca recua quando se trata de falar do antecessor, mas este não é um discurso sobre o ex-presidente", garantiu Jean-Pierre durante sua coletiva de imprensa diária.

O presidente também tentará ser "otimista", completou: "Quando falamos em extremismo, isso diz respeito apenas a uma parte muito pequena da população americana".

Em 2017, Biden escreveu para a revista The Atlantic: "Estamos vivendo uma batalha pela alma desta nação". Na época, uma manifestação de supremacistas brancos aconteceu em Charlottsville, no estado da Virgínia (sul), deixando um morto e dezenas de feridos.

Após sua eleição em 2020, o político veterano inicialmente considerou travar essa batalha por meio do diálogo com legisladores republicanos moderados e por meio de reformas pró-classe média.

No entanto, a retórica da reconciliação logo foi silenciada.

Cada pesquisa favorável, cada eleição local vencida, incentivam Biden a ser mais agressivo com seus oponentes. Na semana passada, o presidente acusou os apoiadores de Trump de serem consumidos pelo "semifascismo".

Na noite de quarta-feira, Biden foi rápido em parabenizar Mary Peltola, que acabara de ser eleita para a Câmara dos Deputados do Alasca, superando nas urnas Sarah Palin, uma figura histórica da direita radical, considerada por muitos uma trumpista antes de Trump.

- Pesquisas -

De acordo com uma pesquisa publicada nesta quinta-feira pelo Wall Street Journal, caso as eleições legislativas de meio de mandato fossem realizadas hoje, 47% dos eleitores estariam inclinados a votar nos democratas, contra 44% para os republicanos. Em março, a direita tinha uma vantagem de 5 pontos percentuais.

Os democratas sonham com uma façanha nessa eleição, que renova a totalidade da Câmara dos Representantes e um terço do Senado e é tradicionalmente desfavorável para o partido no poder.

As pesquisas de opinião não são infalíveis e, na vida política americana, dois meses são uma eternidade, mas é inegável que o debate político mudou nos últimos meses.

A inflação diminuiu, o que possibilitou a Biden promover uma série de reformas e anunciar a morte do líder da Al-Qaeda em um ataque americano.

O suficiente para enfrentar dois grandes eixos da campanha republicana: a queda do poder aquisitivo e a fragilidade do presidente mais idoso da história do país.

Várias pesquisas mostram bons desempenhos dos democratas em questões como a defesa do direito ao aborto e avanços sociais, onde os republicanos agora são amplamente vistos como reacionários.

Também se destacam pela preocupação com a democracia e a rejeição da violência política, aspectos em que a figura de Trump invariavelmente aparece.

Em um momento em que o caso dos documentos confidenciais encontrados na residência do ex-presidente republicano na Flórida tem novas reviravoltas todos os dias, o site Axios apontou na quinta-feira que a eleição de novembro pode se tornar um "referendo sobre Trump".

O Partido Democrata ainda terá dificuldade em manter o controle da Câmara dos Representantes, mas espera preservar sua maioria no Senado e a Pensilvânia será crucial para que isso aconteça.

Biden já viajou para aquele estado na terça-feira e retornará na próxima segunda-feira para comemorar o Dia do Trabalho com o candidato democrata ao Senado John Fetterman.

Trump também irá para a Pensilvânia no sábado para apoiar seu candidato nesta corrida, Mehmet Oz.


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