"O financiamento público por si só não seria suficiente. É necessário muito investimento", reconheceu López Obrador, cuja bancada no Congresso aprovou em abril uma reforma da lei de mineração que nacionalizou a exploração de lítio, essencial para baterias de carros elétricos, entre outros produtos.
Após essa decisão, o governo criou no último dia 23 a Litio para México (LitioMx), empresa que ficará encarregada de desenvolver o setor. Também anunciou que irá revisar oito contratos concedidos por governos anteriores a empresas privadas que não identificou.
A LitioMx "é público-privada" e será instalada no estado de Sonora, com o objetivo de tornar essa região, localizada na fronteira com os Estados Unidos, uma geradora de energias limpas para a indústria automotiva, assinalou o presidente esquerdista.
O desenvolvimento da indústria faz parte das metas do acordo comercial da América do Norte (T-MEC), para que "possam ser comercializados apenas veículos com energias renováveis, carros elétricos, até 2030 ou 2035", indicou López Obrador. Nesse sentido, disse que avançou em conversas com o colega americano, Joe Biden, com quem se reuniu em julho em Washington.
A abertura a capitais privados "vai ter muito apoio, é do interesse de investidores nacionais, estrangeiros e dos fundos de investimento", previu o governante mexicano.
O decreto pelo qual foi criada a LitioMx assinala que a empresa terá "autonomia técnica, operacional e de gestão", bem como "a administração e o controle das cadeias de valor econômico" do mineral.
López Obrador lembrou que o México recebe assessoria da Bolívia, que, segundo ele, está licitando com empresas alemãs, chinesas e americanas a exploração do lítio. Segundo estudo da Secretaria de Economia mexicana, em dezembro de 2018 "três jazidas do mineral encontravam-se em fase de exploração nos estados Baja California (noroeste), San Luis Potosí, Zacatecas (norte) e Sonora".
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