As mudanças incluem o Comando-Geral, a chefia do Estado-Maior e a Inspeção-Geral da PNP.
Castillo havia qualificado a operação ocorrida na última terça-feira no Palácio do Governo como ilegal. A polícia e os promotores procuraram por várias horas Yenifer Paredes, acusada de fazer parte de uma rede de corrupção supostamente liderada pelo próprio Castillo e sua esposa, Lilia Paredes, segundo o Ministério Público.
O presidente busca agora destituir o coronel Harvey Colchado, que dirigiu a operação, por considerar que o mesmo "infringiu" a imunidade presidencial. Mas Abel Gamarra, vice-ministro da Ordem Interna, assegurou que os afastamentos anunciados neste sábado representam "uma mudança natural, uma vez que houve uma mudança de ministro" do Interior.
"O que a regra diz" sobre os requisitos para nomeações não foi violado, disse Gamarra à rádio RPP. No entanto, o congressista opositor Jorge Montoya, membro da Comissão de Defesa e Ordem Interna do Parlamento, chamou de "abuso de autoridade indiscriminado"as mudanças na PNP, em comunicado divulgado no Twitter.
O advogado de direitos humanos Carlos Rivera Paz expressou que o presidente "parece querer uma polícia que se acomode aos seus interesses. Isso é um abuso de poder, que pode estar ligado à obstrução das investigações contra Castillo".
- Seis investigações -
A polêmica é a segunda que Castillo enfrenta por suas nomeações para os comandos da segurança. Em janeiro, ele teve que nomear um novo chefe de gabinete e equipe ministerial, após uma polêmica envolvendo promoções na Polícia e nas Forças Armadas.
As promoções são investigadas pelo Ministério Público, que presume que Castillo e o ex-secretário da Presidência Bruno Pacheco incorreram em tráfico de influência.
Castillo é alvo de seis investigações da promotoria, algo inédito no Peru, por crimes como organização criminosa, obstrução da Justiça e plágio. No entanto, a promotoria não pode levá-lo a julgamento até o fim de seu mandato, em 28 de julho de 2026, uma vez que ele goza de imunidade.
Um tribunal deve decidir amanhã se ordena a prisão temporária por 3 anos da filha de Castillo por seu suposto papel no plano de corrupção, enquanto em setembro outro tribunal decidirá sobre o pedido dos promotores para proibir por três anos a saída do país da mulher de Castillo, Lília Paredes.
Castillo nega qualquer crime por parte de sua família e diz que é vítima de uma campanha para removê-lo do poder. Em seus quase 13 meses de mandato, o presidente teve mais de 60 ministros e sobreviveu a duas tentativas de destituição por parte do Parlamento. Atualmente, enfrenta um índice de desaprovação de cerca de 70%, segundo pesquisas.
LIMA