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Estado de Minas LA PAZ

Arce e Morales marcham contra suposta conspiração na Bolívia


25/08/2022 19:53

O presidente da Bolívia, Luis Arce, liderou nesta quinta-feira uma passeata que reuniu milhares de apoiadores, e disse que, sobre seu cadáver, irá prosperar um golpe de Estado orquestrado pela oposição de direita.

"Sobre o nosso cadáver, um golpe de Estado", afirmou o presidente durante um encontro partidário em uma praça pública em La Paz, que contou com a presença do vice-presidente David Choquehuanca e do ex-presidente Evo Morales (2006-2019).

As duas autoridades e o líder político lideraram desde cedo uma passeata que reuniu milhares de mineradores, camponeses, indígenas e apoiadores do governante Movimento ao Socialismo (MAS). "Iniciamos esta grande marcha em defesa da pátria e da democracia, desde Tranca de Urujara", disse Arce em sua conta no Twitter. Tranca de Urujara é a saída da cidade de La Paz para os vales sub-andinos de Yungas, área de cultivo de coca, e a região agrícola de Caranavi.

"Defender a democracia é defender o voto do povo", disse na mesma rede social o ex-presidente Morales, que renunciou em 2019, após uma forte convulsão social com denúncias de fraude nas eleições presidenciais daquele ano.

"Viemos defender o nosso presidente, Luis Arce Catacora", disse a líder sindical Angélica Mamani, 44. Já Laurián Clemente Quiroz, militante de 33 anos do MAS, explicou que participava da passeata porque "existe uma conspiração da oposição boliviana".

O governo Arce, que assumiu em novembro de 2020, e o MAS acusam a oposição de tentar desestabilizar o país. Eles consideram parte de uma suposta conspiração, a rejeição de um censo populacional, previsto para 2024, e as reivindicações dos plantadores de coca da Adepcoca contra um mercado paralelo para a distribuição da planta.

"A direita sempre irá procurar desculpas para nos desestabilizar. O povo boliviano não quer mais golpes, o povo quer trabalhar, progredir e industrializar o país. As potências ocidentais querem o nosso lítio, nosso gás, nosso ferro", destacou Arce em seu discurso.

"Só nos querem para garantir a matéria-prima, e não querem que demos o valor agregado" aos recursos naturais da Bolívia, disse Morales.

Arce mencionou que a oposição de direita rejeita o censo populacional e habitacional previsto para 2024 apenas com desejos desestabilizadores.

A oposição desmentiu as denúncias governistas. Sobre o censo populacional, disse que deseja a antecipação do mesmo para 2023, e que o seu adiamento prejudica a distribuição de fundos públicos.

Além da questão do censo, os governistas também questionam as reivindicações dos camponeses plantadores de coca opositores da Adepcoca contra um mercado paralelo de distribuição da planta, outra das arestas desestabilizadoras.

La Paz tem sido cenário nas últimas três semanas de confrontos de rua entre policiais e camponeses, em uma disputa pelo controle do negócio milionário da venda de coca.


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