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Estado de Minas BOGOTÁ

Petro alerta militares na Colômbia que se preparem para ser um 'exército da paz'


21/08/2022 10:25

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou no sábado diante do novo alto comando militar que as tropas devem se preparar para ser um "exército da paz", após décadas de conflito interno que seu governo quer extinguir por meio de negociações com grupos armados.

Em uma cerimônia realizada em uma escola de cadetes no norte de Bogotá, Petro estabeleceu um novo rumo para as Forças Armadas, que pela primeira vez juraram fidelidade a um ex-guerrilheiro.

O primeiro presidente de esquerda da Colômbia, que se rebelou em armas nos anos 70 contra o Estado antes de estabelecer a paz em 1990, advertiu as tropas de que deveriam mudar o conceito de guerra diante de sua decisão de dialogar com o ELN, a última guerrilha reconhecida, e propor acordos com os demais grupos para que cessem a violência em troca de benefícios penais.

"Trata-se de mudar a própria concepção (...) o que é exigido pelo povo colombiano (...) é um exército que começa a se preparar para a paz, que termina, espero que se tenhamos sucesso, como um exército de paz", declarou Petro na presença da nova cúpula das Forças Armadas, que nomeou em 12 de agosto.

Com a nomeação dos novos comandantes, Petro antecipou de forma inédita a aposentadoria de cerca de trinta generais do Exército e da Polícia.

O presidente ressaltou que seu maior "desafio" é construir os "pilares fundamentais de uma paz que se torne definitiva", depois do que chamou de "violência permanente" e "guerra perpétua".

Petro recebeu o reconhecimento como comandante-chefe de 228.000 soldados e 172.000 policiais, que juntos formam as maiores forças armadas do continente depois das do Brasil.

Durante décadas, os Estados Unidos destinaram milhões de dólares em treinamento e equipamentos contra o tráfico de drogas e grupos rebeldes.

O presidente colombiano destacou que o futuro "exército da paz" terá que lidar com a "função essencial de defesa da soberania nacional" diante de ameaças como o crime organizado relacionado ao tráfico de drogas.

"O empoderamento de cartéis de drogas estrangeiros que dominam cada vez mais nosso território pode afetar nossa soberania nacional (...) Esse crime multinacional pode trazer aqui armas mais poderosas do que aquelas que podemos comprar (...) pode trazer mercenários e estrangeiros e torná-los parte da violência colombiana", acrescentou.

Nesse sentido, voltou a destacar o "fracasso" da luta contra as drogas: "Enquanto se mantiver uma política errada contra as drogas, os colombianos continuarão matando uns aos outros (...). Temos que pressionar por mudanças mundiais na concepção" do problema.

Em sua mensagem aos militares, Petro os convidou a assumir também o cuidado "daqui em diante da floresta amazônica" como "questão de segurança nacional", devido ao avanço voraz do desmatamento, bem como os convocou a desenvolver indústrias no setor de transporte aéreo e fluvial.


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