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Estado de Minas MOGADÍSCIO

Forças somalis põem fim a ataque extremista contra hotel em Mogadíscio


20/08/2022 20:46

Forças de segurança somalis puseram fim neste na noite deste sábado (20) a um ataque sangrento executado por combatentes extremistas do grupo Al Shabab contra um hotel na capital do país, Mogadíscio, que se prolongou por 30 horas e matou ao menos 13 civis.

"As forças de segurança puseram fim ao assédio agora e os atacantes estão mortos", disse um oficial à AFP à meia-noite de sábado, sob a condição do anonimato, destacando que não tinham sofrido disparos do interior do edifício havia uma hora.

O oficial não deu informações sobre o número de mortos no hotel Hayat, nem dos milicianos do Al Shabab executados, mas disse que o governo ofereceria uma coletiva de imprensa para dar detalhes sobre o caso na manhã de domingo.

Este foi o maior ataque em Mogadíscio desde a eleição, em maio, do novo presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, que por enquanto não se manifestou publicamente a respeito.

Os jihadistas do Al Shabab, grupo vinculado à rede Al-Qaeda, invadiram a tiros e bombas o popular hotel Hayat, permanecendo entrincheirados em seu interior por cerca de 30 horas.

Dezenas de pessoas ficaram bloqueadas quando o ataque começou e, embora as autoridades tenham dito que muitas foram resgatadas, inclusive crianças, desconhece-se quantas ficaram dentro do prédio.

Pouco antes do fim do cerco, uma testemunha que acompanhava os acontecimentos da sacada de outro prédio, Salaad Ali, disse que as forças de segurança estavam atacando "com armas pesadas".

"Parte do hotel está em chamas, houve pelo menos duas fortes explosões e várias outras de menor escala", acrescentou Ali. "Podemos ver as chamas das armas utilizadas, o fogo, e ainda podemos ouvir disparos esporádicos", acrescentou.

O edifício ficou destruído pelo bombardeio com armas pesadas, mas de toda forma as ruínas serão inspecionadas para retirar possíveis explosivos que tenham sido colocados ali, informou o oficial que não quis revelar sua identidade

- Crianças escondidas no banheiro -

O Al Shabab, grupo ligado à rede Al-Qaeda que há 15 anos luta contra o governo deste pequeno país do Chifre da África, reivindicou o ataque neste sábado em veículos de comunicação afins.

Abdiaziz Abu Musab, porta-voz do grupo, assegurou em declarações à rádio Andalus que suas forças ainda controlavam o hotel e que com o ataque tinham "causado muitas baixas".

Uma mulher, Hayat Ali, disse que as forças de segurança encontraram três crianças com idades entre quatro e sete anos, familiares seus, escondidas em um banheiro do hotel em estado de choque, após o que conseguiram se reunir com sua família.

Outro sobrevivente disse à AFP que ele e alguns colegas estavam rezando à noite antes de tomar chá em um dos espaços abertos do hotel quando ouviram as primeiras explosões.

"Eu me virei para correr para uma porta de saída próxima, longe dos atacantes", disse Hussein Ali à AFP. "Começaram a atirar e pude ouvir os disparos atrás de mim, mas graças a Deus (...) conseguimos escapar. "Os que preferiram se refugiar dentro do edifício, inclusive um dos meus colegas, morreram", acrescentou.

Os aliados da Somália, incluindo Estados Unidos, Grã-Bretanha e Turquia, assim como a ONU, condenaram duramente o ataque.

A ATMIS, força da União Africana encarregada de ajudar as forças somalis a assumir a responsabilidade principal da segurança até o fim de 2024, expressou sua "solidariedade com o Governo Federal da Somália para continuar com a luta conjunta contra os terroristas".

- Cedo para uma negociação -

Neste sábado, outro ataque deixou 20 feridos, entre os quais crianças, em um disparo de projéteis de morteiro que impactaram o bairro de Hamar Jajab, situado em frente ao mar, declarou à AFP o delegado distrital, Mucawiye Muddey.

Mohamed Abdirahman Jama, um encarregado do principal hospital de Mogadíscio, afirmou que no local eram atendidas ao menos 40 pessoas feridas nos dois ataques.

Estes ataques ocorrem depois que os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira terem matado em um ataque aéreo 13 milicianos do Al Shabab, que combatiam as forças regulares somalis ao redor de Teedaan, cerca de 300 km ao norte de Mogadíscio e perto da fronteira com a Etiópia.

O presidente Joe Biden decidiu em maio restabelecer a presença militar americana na Somália, revertendo a decisão de seu antecessor, Donald Trump, que havia ordenado a retirada das tropas.

Os militantes do Al Shabab foram expulsos de Mogadíscio em 2011 por uma força da União Africana, mas ainda controlam grandes partes do território e têm capacidade de executar ações letais contra alvos civis e militares.

O novo presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, disse no mês passado que não será possível vencer os milicianos com o uso exclusivo da força militar, embora tenha ressaltado que ainda não é o momento para uma negociação.


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