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Estado de Minas MOGADÍSCIO

Ataque extremista a hotel da capital da Somália deixa ao menos 13 mortos


20/08/2022 15:51

Forças de segurança somalis continuavam tentando pôr fim neste sábado (20) a um ataque sangrento contra um hotel em Mogadíscio, executado por combatentes jihadistas que, segundo as autoridades, mataram pelo menos 13 civis desde que o sítio começou, há mais de 24 horas.

Os jihadistas do Al Shabab, grupo vinculado à rede Al-Qaeda, invadiram a tiros e explosões o popular hotel Hayat, de Mogadíscio, na noite de sexta-feira e desde então estão entrincheirados em seu interior.

Dezenas de pessoas ficaram bloqueadas quando o ataque começou e, embora as autoridades tenham dito que muitas foram resgatadas, inclusive crianças, ainda se desconhece quantas ainda estão dentro do prédio.

Nas proximidades do complexo era possível ouvir disparos e explosões esporádicas. As forças de segurança ergueram um amplo cordão de segurança em torno da área do hotel e bloquearam algumas vias.

Trata-se do principal ataque em Mogadíscio desde a eleição, em maio, do novo presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, que por enquanto não se pronunciou publicamente sobre o ataque.

- Crianças escondidas no banheiro -

Al Shabab, grupo ligado à rede Al-Qaeda que há 15 anos luta contra o governo deste pequeno país do Chifre da África, reivindicou o ataque neste sábado em veículos de comunicação afins.

Abdiaziz Abu Musab, porta-voz do grupo, assegurou em declarações à rádio Andalus que suas forças ainda controlavam o hotel e que com o ataque tinham "causado muitas baixas".

Uma mulher, Hayat Ali, disse que as forças de segurança encontraram três crianças com idades entre quatro e sete anos, familiares seus, escondidas em um banheiro do hotel em estado de choque, após o que conseguiram se reunir com sua família.

Dezenas de pessoas se concentraram nos arredores do hotel, habitualmente frequentado por funcionários do governo e do exército, para tentar saber o que havia acontecido com parentes ou amigos.

Outro sobrevivente disse à AFP que ele e alguns colegas estavam rezando à noite antes de tomar o chá em um dos espaços abertos do hotel quando ouviram as primeiras explosões.

"Eu me virei para correr para uma porta de saída próxima, longe dos atacantes", disse Husein Ali à AFP. "Começaram a atirar e pude ouvir os disparos atrás de mim, mas graças a Deus (...) conseguimos escapar. "Os que preferiram se refugiar dentro do edifício, inclusive um dos meus colegas, morreram", acrescentou.

Neste sábado, outro ataque deixou 20 feridos, entre os quais crianças, em um disparo de projéteis de morteiro que impactaram o bairro de Hamar Jajab, situado em frente ao mar, declarou à AFP o delegado distrital, Mucawiye Muddey.

Esse ataque ainda não foi reivindicado. "Entre os feridos graves está uma recém-casada, seu noivo e uma família de três crianças, uma mãe e seu pai", destacou.

Mohamed Abdirahman Jama, um encarregado do principal hospital de Mogadíscio, afirmou que no local eram atendidas ao menos 40 pessoas feridas nos dois ataques.

- Cedo para uma negociação -

Estes ataques ocorrem depois que os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira terem matado em um ataque aéreo 13 milicianos do Al Shabab, que combatiam as forças regulares somalis ao redor de Teedaan, cerca de 300 km ao norte de Mogadíscio e perto da fronteira com a Etiópia.

O presidente Joe Biden decidiu em maio restabelecer a presença militar americana na Somália, revertendo a decisão de seu antecessor, Donald Trump, que havia ordenado a retirada das tropas.

Os jihadistas executaram ataques nas últimas semanas na fronteira entre a Etiópia e a Eritreia, gerando interrogações sobre uma possível mudança de estratégia.

Os militantes do Al Shabab foram expulsos de Mogadíscio em 2011 por uma força da União Africana, mas ainda controlam grandes partes do território e têm capacidade de executar ações letais contra alvos civis e militares.

O novo presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, disse no mês passado que não será possível vencer os milicianos com o uso exclusivo da força militar, embora tenha ressaltado que ainda não é o momento para uma negociação.

Além da insurgência, a Somália também sofre com uma seca devastadora, que levou um milhão de pessoas a deixarem suas casas e deixa o país ameaçado pela fome, segundo as Nações Unidas.


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