"Negamos categoricamente qualquer relação entre o agressor e o Irã. E ninguém tem o direito de acusar a República Islâmica", afirmou Naser Kanani, porta-voz do ministério das Relações Exteriores, na primeira reação oficial de Teerã ao ataque.
"Neste ataque, não consideramos ninguém além de Salman Rushdie e seus apoiadores dignos de culpa e até de condenação", disse Kanani durante sua entrevista coletiva semanal em Teerã.
"Ao insultar os temas sagrados do Islã e ultrapassar as linhas vermelhas de mais de 1,5 bilhão de muçulmanos e todos os seguidores das religiões divinas, Salman Rushdie se expôs à ira e à raiva das pessoas", acrescentou.
No domingo, dois dias após o ataque, o escritor britânico "iniciou a recuperação", afirmou seu agente.
O autor de 75 anos, que passou vários anos com proteção policial depois que líderes religiosos muçulmanos ordenaram sua morte por considerar que blasfemava o islã em seu livro "Os Versos Satânicos", se preparava para falar em um evento literário na sexta-feira quando um homem saiu do meio do público, subiu no palco e o esfaqueou diversas vezes no pescoço e abdômen.
O agressor, Hadi Matar, de 24 anos, foi derrubado por seguranças e espectadores. No sábado ele compareceu a um tribunal e se declarou inocente das acusações de tentativa de homicídio e ataque com arma. Ele foi detido sem direito à fiança.
TEERÃ