As execuções fazem parte dos chamados "falsos positivos", uma escandalosa trama que oficiais do Exército montaram para inflar seus resultados na luta contra as guerrilhas.
Em uma declaração pública, a Justiça Especial de Paz (JEP) garantiu ter reunido provas para acusar os 19 militares, além de um agente de inteligência e dois civis, pelo assassinato e desaparecimento forçado de centenas de pessoas no departamento de Casanare (leste).
Os soldados pertenciam à XVI Brigada, onde foi criada "uma organização criminosa" para assassinar e apresentar "falsamente" civis como guerrilheiros ou criminosos "mortos em combate", disseram os parlamentares.
A maioria das vítimas eram homens entre os 18 e 25 anos, mas também há "nove mulheres, uma pessoa LGBTQIA+, idosos, pessoas com deficiência cognitiva" e outros que foram enganados com promessas de trabalho.
A JEP também determinou que as tropas executaram civis que "foram incentivados a consumir álcool ou drogas".
Em troca, os integrantes da XVI Brigada receberam "autorizações, refeições especiais, planos de férias, cursos de formação no exterior e reconhecimento" para facilitar sua promoção.
A mesma prática se estendeu para várias unidades militares entre 2002 e 2008, sob o governo de direita de Álvaro Uribe. A JEP estima que os militares cometeram 6.402 assassinatos nesse período.
Os 22 indiciados nesta segunda-feira terão que admitir ou rejeitar as acusações nas próximas semanas. Um general e quatro coronéis aposentados estão entre os acusados.
Se confessarem sua responsabilidade e repararem as suas vítimas, podem receber penas alternativas à prisão. Caso contrário, correm o risco de 20 anos de detenção.
BOGOTÁ