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Estado de Minas FRANKFURT

Ex-oficial alemão de extrema-direita que se passou por refugiado é condenado à prisão


15/07/2022 09:30

Um ex-oficial alemão de extrema-direita, que se passou por um refugiado sírio, foi condenado nesta sexta-feira (15) a cinco anos e meio de prisão por ter tramado um atentado.

Depois de mais de um ano de debates, Franco Albrecht, de 33 anos, foi declarado "culpado de planejar um ato de violência grave que ameaçava a segurança do Estado", declarou o juiz Christoph Koller, presidente do tribunal de Frankfurt.

Este militar com a patente de tenente, mobilizado na base franco-alemã de Illkirch, perto da fronteira com a França, foi acusado de preparar um ataque inspirado numa ideologia de extrema-direita, "que ele desenvolvia há vários anos", segundo o tribunal, e de posse ilegal de armas.

A Promotoria havia solicitado seis anos e três meses de prisão contra este homem, a quem apresentou como "um terrorista de extrema-direita".

O homem, pai de três filhos, levava uma vida dupla se passando também por um refugiado sírio antes de ser preso em abril de 2017.

Ele conseguiu, sem falar árabe e assegurando que seu nome era David Benjamin, obter uma autorização de residência como solicitante de asilo e receber os benefícios destinados aos refugiados.

Ele levou os serviços de imigração a acreditar que era natural de Damasco e um simples vendedor de frutas.

Este caso abalou o exército, acusado de subestimar a ideologia de extrema-direita em suas fileiras, e os serviços de imigração postos à prova pelo fluxo de refugiados que chegaram à Alemanha em 2015-2016.

O ex-soldado é acusado de ter escolhido como alvo dos ataques que planejava o ex-chanceler Heiko Maas, então ministro da Justiça, a ex-vice-presidente do Bundestag, Claudia Roth, e também uma ativista judia dos direitos humanos.

Ele os considerava responsáveis pela "decomposição da nação alemã", segundo o tribunal.

Durante o julgamento, Franco Albrecht disse "sentia muito" por ter enganado o sistema de imigração. Mas negou a preparação de ataques e de pertencer à extrema-direita.

Um controle policial durante o julgamento prejudicou sua defesa: o acusado possuía entre os seus pertences condecorações militares nazistas e broches decorados com suásticas.

Essa descoberta o levou à prisão em fevereiro.

"Ele queria cometer um ataque com grande impacto político", disse a promotora Karin Weingast.

A revelação deste caso causou grande comoção na Alemanha, onde durante muito tempo foi ignorada a ameaça de ataques perpetrados pelo movimento neonazista e onde os serviços de inteligência internos se concentram sobretudo na ameaça islâmica.

A prisão de Franco Albrecht ocorreu quando ele tentava recuperar uma pistola que havia escondido em um banheiro de aeroporto em Viena, na Áustria.

Suas impressões digitais bateram com as do refugiado sírio David Benjamin. Mensagens xenófobas foram encontradas em seu celular, assim como um trabalho acadêmico que ele havia escrito, cheio de comentários nacionalistas e extremistas.


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