"Atualmente, o conflito social está em alta, com 209 conflitos sociais no país, dos quais a grande maioria (160) estão ativos", indica um relatório do Observatório de Conflitos de Mineração, que monitora o impacto social dos projetos no Peru.
"Somos campeões mundiais em conflitos sociais", em sua maioria ligados a operações de mineração resistidas pelas comunidades dos Andes e da Amazônia, declarou o economista César Flores ao apresentar o relatório.
Flores afirmou que "as mesas de diálogo (entre comunidades e empresas) não chegam a lugar nenhum", motivo pelo qual o governo de Castillo optou simplesmente por reprimir os manifestantes.
Após três décadas de expansão da mineração, quase 15% do território peruano é de concessões a empresas extrativistas. O Peru é o segundo maior produtor mundial de prata, terceiro de cobre e quinto de ouro, e a mineração é um importante motor de sua economia.
Além das grandes mineradoras, existem no Peru milhares de garimpeiros informais, na serra andina e na floresta, que poluem terras e rios.
"Além dos conflitos habituais relacionados à mineração, houve greves de transportadores, produtores agrícolas, controladores de tráfego aéreo, manifestações cidadãs pelo aumento do custo de vida e pedidos para que o governo cumpra suas promessas", destaca o relatório, elaborado pelas ONGs Fedepaz, CooperAcción e Grufides.
LIMA