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Estado de Minas BALI

Chefes da diplomacia se esforçam para reduzir tensão entre EUA e China


09/07/2022 09:44

Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e da China, Antony Blinken e Wang Yi, participaram neste sábado em uma reunião "construtiva" em Bali, que alcançou um consenso para melhorar as relações entre os dois países, no momento em que as duas potências tentam reduzir as tensões.

"As duas partes, com base na reciprocidade e benefício mútuo, chegaram a um consenso para que o grupo de trabalho conjunto China-EUA consiga mais resultados", afirmou o ministério chinês das Relações Exteriores ao informar a reunião com Blinken, que aconteceu à margem do encontro do G20 em Bali.

Alguns minutos antes, Blinken afirmou que, "apesar da complexidade de nossas relações, posso dizer com certa confiança que nossas delegações consideraram as discussões úteis, francas e construtivas".

Durante o encontro, o americano mencionou a atitude do governo da China em relação a Taiwan, uma ilha democrática que Pequim considera parte de seu território e que prometeu retomar algum dia, o que continua sendo um problema para Washington, preocupado com a crescente pressão militar do gigante asiático.

"Expressei a profunda preocupação dos Estados Unidos com a retórica e as atividades cada vez mais provocativas de Pequim em relação a Taiwan e com a importância vital da manutenção da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan", disse Blinken, após cinco horas de reunião com Wang.

O secretário de Estado afirmou que também pediu ao colega chinês que estabeleça distância da Rússia e condene a "agressão" russa contra a Ucrânia.

"É realmente o momento de todos nos levantarmos, como fizeram os países do G20 um depois do outro, para condenar a agressão e exigir, entre outras coisas, que a Rússia permita o acesso aos alimentos bloqueados na Ucrânia", declarou Blinken, antes de acrescentar não ter percebido "nenhum sinal de cooperação" por parte da Rússia.

Na sexta-feira, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, se ausentou de várias sessões com os colegas do G20 (fórum de potências industrializadas e emergentes) depois de receber uma série de críticas pela invasão da Ucrânia por parte da Rússia.

- Evitar um conflito -

Mas o objetivo principal do encontro, a retomada do diálogo de alto nível entre Estados Unidos e China, parece ter sido alcançado.

Enquanto o Ocidente tenta isolar a Rússia desde o início da invasão da Ucrânia e a economia mundial enfrenta uma crescente incerteza, China e Estados Unidos adotaram medidas preventivas para evitar que suas muitas divergências resultem em conflitos incontroláveis.

Daniel Kritenbrink, principal diplomata americano para o leste da Ásia, afirmou antes do encontro que o governo dos Estados Unidos buscaria "fazer todo o possível para evitar qualquer erro que possa levar inadvertidamente a um conflito".

A reunião também deveria servir de preparação para os encontros virtuais entre os presidentes Xi Jinping e Joe Biden nas próximas semanas.

O jornal estatal chinês Global Times, geralmente crítico dos Estados Unidos, afirmou que a diplomacia "destaca o consenso entre as partes para evitar uma escalada do confronto".

- Linha dura -

A posição americana sobre a China se tornou mais severa nos últimos anos. Além da questão de Taiwan, Biden manteve os fundamentos da linha dura de seu antecessor, Donald Trump, na relação com Pequim.

Mas em um discurso recente, o democrata afirmou que Washington não busca uma nova "Guerra Fria", apesar de persistir com as críticas, como acusar a China de genocídio contra os uigures, de maioria muçulmana.

O governo Biden deve suspender em breve algumas tarifas de importação impostas por Trump aos produtos chineses para aliviar a inflação, que virou um problema político nos Estados Unidos.

Fontes da Casa Branca admitem que a pequena lua de mel com a China pode ser rápida.

Analistas apontam que Xi Jinping deve fazer grandes mudanças em sua equipe de política externa durante o Congresso Nacional do Partido Comunista, que acontecerá no final do ano.

Craig Singleton, especialista em China da Fundação para a Defesa das Democracias, acredita que Xi voltará a designar tecnocratas que podem trabalhar com Washington.

"A razão é simples, a economia da China enfrenta grandes obstáculos e os líderes chineses parecem dispostos a reconhecer que a retórica agressiva de Pequim tem sido contraproducente", afirmou.


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