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Estado de Minas TÓQUIO

Ex-primeiro-ministro japonês em estado muito grave após ataque a tiros


08/07/2022 05:16

O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe está em condição "muito grave" depois de ser atingido por tiros durante um evento de campanha, um ataque "absolutamente imperdoável" nas palavras do atual chefe de Governo, Fumio Kishida.

O ataque contra o político mais famoso do país, de 67 anos, aconteceu durante um comício para as eleições do Senado de domingo, apesar das rígidas leis no país contra a posse de armas.

"O ex-primeiro-ministro Shinzo Abe foi atingido por tiros em Nara (oeste) e fui informado que se encontra em estado muito grave", disse o primeiro-ministro Fumio Kishida à imprensa.

"Eu rezo para que o ex-primeiro-ministro Abe sobreviva", acrescentou.

"É um ato de barbárie durante a campanha eleitoral, que é a base da democracia, e é absolutamente imperdoável. Condeno este ato nos termos mais fortes", completou Kishida.

O ataque aconteceu um pouco antes do meio-dia em Nara e "um homem, que se acredita ser o atirador, foi detido", disse o porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, à imprensa.

Um homem de 40 anos foi detido por tentativa de assassinato e teve uma arma confiscada, informou o canal NHK, que citou fontes policiais.

Abe fazia um discurso de campanha durante um comício antes das eleições para o Senado do próximo domingo e, apesar da segurança no local, as pessoas conseguiam se aproximar com facilidade do político.

Imagens exibidas pela NHK mostram Abe de pé em um palco quando é possível ouvir um grande barulho e observar fumaça. Pouco depois, um homem foi imobilizado por agentes de segurança.

"Ele estava fazendo um discurso e um homem chegou por trás", disse um jovem que acompanhava o comício.

"O primeiro tiro soou como uma arma de brinquedo. Ele não caiu, mas então aconteceu um estrondo alto. O segundo tiro foi mais visível, dava para ver a explosão e a fumaça", acrescentou.

Uma fonte do hospital Universidade Médica de Nara disse à AFP apenas que a transferência para o local foi concluída e se negou a comentar sobre a condição de Abe.

- "Terror e violência" -

Abe caiu e sangrava pelo pescoço, afirmou uma fonte do Partido Liberal Democrático (PLD) à agência Jiji.

Vários meios de comunicação informaram que o ex-chefe de Governo foi atacado pelas costas, provavelmente com uma escopeta.

O governo anunciou a criação de uma força-tarefa após o ataque, que provocou uma série de reações internacionais.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, expressou tristeza e preocupação com a tentativa de assassinato de Abe, um aliado de Washington.

"Este é um momento muito, muito triste", declarou Blinken à imprensa durante a reunião do G20 em Bali.

Os principais líderes das instituições da União Europeia (UE) e da Otan afirmaram que estavam em "choque" com o ataque.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, classificou o ato como "abjeto".

O governo da China também afirmou que está em choque. "Acompanhamos a evolução da situação e esperamos que (Abe) esteja fora de perigo e se recupere o mais rápido possível", disse Zhao Lijian, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

Gen Nakatani, assessor do primeiro-ministro Fumio Kishida, afirmou que "o terror e a violência nunca podem ser tolerados", segundo a agência Jiji.

Abe, o primeiro-ministro mais longevo do Japão, governou o país em 2006 durante um ano. Ele retornou ao poder entre 2012 e 2020.

Ele é um conservador de linha dura que promoveu a revisão da Constituição pacifista do Japão para reconhecer os militares do país. Abe permanece politicamente relevante mesmo depois de deixar o poder.


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