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Estado de Minas SOLEDAR

Severodonetsk prestes a cair sob controle da Rússia, que acusa EUA de 'jogar lenha na fogueira'


01/06/2022 10:32

A cidade ucraniana de Severodonetsk, uma localidade crucial ao leste do Donbass, está a ponto de cair para as tropas da Rússia, que acusou nesta quarta-feira (1º) o governo dos Estados Unidos de "jogar lenha na fogueira" ao aumentar a ajuda militar a Kiev.

"Os russos controlam 70% de Severodonetsk", afirmou Serguei Gaidai, governador da região de Luhansk. Ele afirmou que 90% da cidade está destruída.

Os principais combates são travados atualmente nesta cidade industrial, na região de Luhansk, que ao lado de Donestk integra a bacia de mineração do Donbass. Depois do fracasso na tentativa de tomar a capital Kiev, a Rússia passou a concentrar a ofensiva nesta área da Ucrânia.

"Se os russos tomarem o controle de Severodonetsk em dois ou três dias, eles instalarão unidades de artilharia e morteiros. E bombardearão ainda mais intensamente Lysychansk", a cidade vizinha que fica do outro lado do rio, ainda sob controle de Kiev, acrescentou Gaidai.

Diante do avanço das tropas russas, o presidente americano Joe Biden confirmou na terça-feira o reforço da ajuda militar a Kiev para que consiga "atacar com maior precisão alvos chave".

Um funcionário da Casa Branca informou que o país disponibilizará os sistemas HIMARS (High Mobility Artillery Rocket System), que, instalados sobre veículos leves blindados, podem executar múltiplos lançamentos de mísseis muito precisos, com um alcance de 80 km.

Os equipamentos integram um novo pacote de ajuda militar americana à Ucrânia de 700 milhões de dólares.

- "Lenha na fogueira" -

Após o anúncio, o Kremlin acusou o governo dos Estados Unidos de "jogar lenha na fogueira". "As entregas (de armas) não encorajam as autoridades ucranianas a retomar as negociações de paz", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

Em um artigo publicado no jornal New York Times, Biden insiste que os Estados Unidos não estão fornecendo à Ucrânia "meios para atacar fora de suas fronteiras" e que não buscam uma guerra entre Otan e Rússia".

Para alguns especialistas, os mísseis HIMARS podem alterar o equilíbrio de forças, justamente no momento em que o exército ucraniano recua no Donbass. Mas outros questionam a afirmação, pois as tropas ucranianas precisarão de tempo para aprender a usar o armamento.

Mas todos concordam que pode elevar a moral dos soldados.

- "Loucura" -

Na terça-feira, um bombardeio das tropas russas atingiu um tanque de ácido nítrico em uma fábrica química em Severodonetsk. O composto é perigoso, o que levou o governador da região a pedir à população que permaneça em abrigos e prepare as máscaras de proteção.

"Os ataques do exército russo nesta cidade, bombardeios aéreos às cegas, são simplesmente uma loucura", reagiu o presidente ucraniano Volodimir Zelensky.

Ao oeste de Severodonetsk, na cidade de Sloviansk, jornalistas da AFP observaram prédios destruídos após um ataque que matou três pessoas e deixou seis feridass.

Nesta quarta-feira, uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em Soledar, entre Sloviank e Severodonetsk.

Mais ao sul, os separatistas pró-Rússia anunciaram que cortaram uma das duas únicas estradas que levam a Avdiivka, nas proximidades de Donetsk e que ainda é controlada por Kiev.

Se a Rússia e os separatistas conseguirem tomar esta cidade, isto seria uma vitória simbólica para as tropas de Moscou e facilitaria a tomada de Kramatorsk, uma cidade estratégica no Donbass ainda controlada por Kiev, que fica cerca de 100 km mais ao norte.

- Gás e petróleo russo -

Para apoiar Kiev, a União Europeia também envia armas à Ucrânia e adotou sanções econômicas sem precedentes contra Moscou.

Esta semana, os líderes europeus anunciaram um embargo parcial ao petróleo russo e também pretendem reduzir sua dependência do gás procedente da Rússia.

Para tentar driblar as sanções, a Rússia agora exige o pagamento do gás em rublos e corta o fornecimento aos países que se recusam a seguir a instrução. Nesta quarta-feira, Moscou cortou o fornecimento para a Dinamarca. Já havia feito o mesmo com Holanda, Finlândia, Polônia e Bulgária.

A empresa russa Gazprom anunciou que suas exportações de gás para países de fora do ex-bloco soviético diminuíram 27,6% entre janeiro e maio de 2022 (na comparação com o mesmo período de 2021).

As negociações diplomáticas também tentam liberar os portos ucranianos no Mar Negro e permitir a exportação de centenas de toneladas de cereais bloqueadas, o que provoca o receio de uma crise alimentar mundial.


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