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Estado de Minas HAVANA

Artistas opositores Otero Alcántara e Maykel Castillo são julgados em Cuba


30/05/2022 16:58

Os artistas opositores cubanos Luis Manuel Otero Alcántara e Maykel "Osorbo" Castillo são julgados nesta segunda-feira (30) em Havana. Não foi permitido o acesso da imprensa internacional e de diplomatas no Tribunal Municipal Popular de Marianao.

O interesse em participar do julgamento está relacionado ao "livre direito de expressão e direito à reunião", disse um diplomata que se identificou como representante da embaixada da Alemanha, ao lado de colegas da Suécia, República Tcheca, Holanda, Noruega e Reino Unido.

A promotoria pediu uma sentença de sete anos para Otero Alcántara, uma artista de performance e pintor, acusado de incitação ao crime, desacato e desordem pública.

As autoridades alegam que ele cometeu esses delitos antes de 11 de julho de 2021, data em que foi detido quando tentava participar dos históricos protestos que sacudiram o país comunista sob gritos de "liberdade" e "temos fome".

"Osorbo" Castillo, de 39 anos, coautor e intérprete da música "Pátria e Vida" que embalou os protestos de julho, está preso desde 18 de maio e pode pegar 10 anos de prisão.

O artista é acusado de atentado, desordem pública e evasão de presos e detidos.

- "Todo mundo queria estar aqui" -

Maritza Herrera, que se identificou como amiga de Otero Alcántara tentava acompanhar o julgamento.

"Todo mundo queria estar aqui mas não nos deixam sair, colocam patrulhas, policiais do lado de fora de nossas casas", disse Herrera, de 66 anos, acrescentando que outros amigos foram impedidos de sair de suas casas.

O escritório de direitos humanos e democracia do Departamento de Estado expressou indignação pelo julgamento contra Otero Alcántara."Nos indigna que @LMAOAlcantara seja julgado", tuitou, destacando "seus crimes: suas opiniões e sua arte" e que a prisão ocorreu antes que ele pudesse se unir aos protestos de 11 de julho.

Ambos artistas são fundadores do Movimento San Isidro (MSI), um coletivo criado na Velha Havana em 2018 em resposta a um polêmico decreto oficial que regula o trabalho dos artistas.

Os dois foram declarados "prisioneiros de consciência" pela Anistia Internacional (AI) em nome dos detidos na repressão aos protestos que deixou um morto, dezenas de feridos e 1.395 detidos, dos quais 728 continuam presos, segundo a Cubalex, ONG de direitos humanos com sede em Miami.

Os julgamentos contra Otero Alcántara e "Osorbo" ocorrem poucos dias depois que 12 presos devido aos protestos receberam penas de prisão em regime aberto, das quais recorreram.


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