Petro, de 62 anos, líder das intenções de voto às eleições de 29 de maio, segundo várias pesquisas de opinião, tinha previsto visitar o eixo cafeeiro, no centro-oeste do país, na quarta e na quinta-feira, como parte de sua agenda de campanha.
No entanto, seu esquema de "segurança recebeu informação de primeira mão de fontes na região", segundo a qual "o grupo criminoso La Cordillera estaria planejando atentar contra a vida do candidato", destacou sua equipe de campanha.
O Ministério Público anunciou a abertura de uma "investigação para esclarecer o ocorrido".
De acordo com o comitê de campanha do senador, La Cordillera é uma organização paramilitar "dedicada ao narcotráfico e à pistolagem", de acordo com a declaração pública.
Ele mencionou, inclusive, que alguns militares e policiais operam com o grupo e que "fontes de alta credibilidade" disseram-lhe que um efetivo policial faria parte do "plano criminoso" contra Petro.
Diante da ameaça, o comitê de "campanha preferiu manter prudência" e adiar as atividades na região cafeeira, informaram seus assessores de imprensa.
- Contrapostos -
Petro, um ex-guerrilheiro que combateu o Estado colombiano antes de assinar a paz em 1990, manifestou em várias ocasiões preocupação com sua segurança.
"Antes que eu governe vão tentar impedi-lo. Isso vai da destruição moral à destruição física", disse o candidato em uma entrevista recente com a jornalista Maria Jimena Durán no Spotify.
Acompanhado de um forte dispositivo de segurança, o candidato da coalizão de esquerda Pacto Histórico, realiza uma intensa campanha nas redes sociais e em praça pública com vários comícios ao dia.
Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa, Diego Molano, insistiu que, por instruções do presidente Iván Duque, as autoridades mobilizarão "capacidades máximas" para garantir a "segurança de todos os candidatos presidenciais em todos os rincões do país".
As pesquisas de opinião o dão como o vencedor do pleito, embora não apontem que ele vá obter mais de 50% dos votos de que precisa para evitar ir para o segundo turno em 19 de junho.
Se vencer, será a primeira vez que os colombianos elegerão um esquerdista à Presidência após uma longa tradição de governos liberais e conservadores.
Se for ao segundo turno, Petro enfrentaria o ex-prefeito de Medellín Federico Gutiérrez, segundo nas intenções de voto e que foi indicado por uma aliança de partidos de direita. O presidente Iván Duque, que encerra seu mandato de quatro anos afundado em impopularidade, está impedido constitucionalmente de tentar a reeleição.
A um mês do pleito, a polarização aumenta.
Petro propõe um governo de reformas, com aumento de impostos para os mais riscos, o fortalecimento do Estado e a suspensão de novas iniciativas petroleiras, enquanto Gutiérrez propõe prosseguir com um modelo que privilegia a iniciativa privada e a mão dura contra a violência.
BOGOTÁ