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Estado de Minas NGORONGORO

Massais da Tanzânia, divididos diante de uma expulsão da reserva Ngorongoro


18/03/2022 12:16

Há mais de um século, os pastores massais da Tanzânia convivem com zebras, elefantes e búfalos em Ngorongoro. Porém, diante do crescimento da população e seus rebanhos, o governo pondera expulsá-los dessa reserva natural.

O número de pessoas que vivem nesse lugar protegido como patrimônio mundial da Unesco passou de 8.000 em 1959 a mais de 100.000. O rebanho cresceu mais rapidamente, de 260.000 cabeças em 2017 a mais de um milhão agora.

A Tanzânia autoriza as comunidades autóctones, como os massais, a viver em certos parques nacionais. Porém, nesses últimos tempos, as relações entre pastores e a fauna selvagem estão, cada vez mais, conflitantes e, às vezes, os animais chegam a atacar os humanos ou o seu rebanho.

A presidente Samia Suluhu Hassan deu um grito de alarme no ano passado. "Ngorongoro está se perdendo", disse.

"Havíamos acordado em convertê-la em algo único autorizando humanos e animais a viver juntos, mas a população humana está fora de controle agora", declarou, solicitando estudos de medidas para frear o fluxo da população.

Desde então, cresce o debate sobre uma eventual expulsão dos massais desse parque, conhecido por sua imensa cratera vulcânica.

O primeiro-ministro Kassim Majaliwa propôs um programa de realojamento voluntário no distrito de Handeni, a 370 quilômetros da cratera, onde o governo dispõe de 162.000 hectares para os criadores de gado.

- Presença histórica

A comunidade massai está dividida sobre a questão.

Para muitos, Ngorongoro é a única casa que conheceram. "Meu pai e minha mãe nasceram aqui e nós vivemos aqui. Não estou preparado para ir embora", assegura uma mulher que só que dar o seu nome, Rose, por medo das autoridades.

Desde muito antes da criação, nos anos 1959, dos parques nacionais destinados a atrair turistas, os massais co-habitavam com a natureza no Serengeti ou em Ngorongoro.

Porém com as mudanças climáticas, que provoca períodos de seca cada vez mais longos, os criadores de gado e seus rebanhos disputam a água e a comida com os animais selvagens.

A presença do rebanho e o ruído dos sinos das vacas fazem alguns animais fugirem ameaçando a atividade turística, que representa 18% do PIB do país.

"Se deixá-los fazer, vamos perturbar a grande migração dos búfalos", estima um responsável ambiental, pedindo anonimato por razões de segurança.

Durante uma visita da AFP na região no começo de março, somente algumas zebras eram vistas próximas aos massais.


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