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Estado de Minas Guerra na Europa

Apelos para o fim da invasão

Líder turco pede a Putin para interromper ataques e negociar. Papa Francisco lamenta o que chamou de "guerra" e não operação militar


07/03/2022 04:00 - atualizado 06/03/2022 22:33

Em Bruxelas, milhares de pessoas foram às ruas pedir o fim da guerra na Ucrânia
Em cidades da Europa, como Bruxelas, milhares de pessoas foram às ruas para protestar e pedir o fim da guerra na Ucrânia (foto: Nicolas Maeterlinck/AFP)

Com os ataques à Ucrânia aumentando e as tropas russas de aproximando da capital Kiev, líderes russos continuam os esforços por um cessar-fogo. O presidente turco Recep Tayyip Erdogan conversou ontem por telefone com o colega russo Vladimir Putin, ao qual pediu um “cessar-fogo geral urgente” na Ucrânia, afirmou um comunicado divulgado pelo governo da Turquia. Os dois chefes de Estado conversaram a poucos dias do fórum diplomático de Antalya, previsto para acontecer de 11 a 13 de março no Sul da Turquia, que deve ter a presença do ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

“Um cessar-fogo urgente e geral permitirá encontrar uma solução política e responder às inquietações humanitárias”, afirmou o chefe de Estado turco. Ele também exigiu a abertura “urgente de corredores humanitários” na Ucrânia. “Vamos abrir juntos o caminho para a paz”, disse Erdogan ao colega russo. A Turquia "está disposta a dar sua contribuição sob todas as formas para a resolução pacífica" da crise, acrescentou.

O papa Francisco lamentou ontem os “rios de sangue e de lágrimas” que correm na Ucrânia e pediu a instauração de corredores humanitários para a população civil. “Na Ucrânia correm rios de sangue e lágrimas, não se trata apenas de uma operação militar, e sim de uma guerra que semeia morte, destruição e miséria", disse o papa depois da oração do Angelus. Francisco pediu a instauração de “verdadeiros corredores humanitários” para ajudar a população.

“As vítimas são cada vez mais numerosas, assim como as pessoas que em fuga, em particular mães com seus filhos. A necessidade de ajuda humanitária neste país martirizado aumenta a cada hora de uma forma dramática”, afirmou o pontífice. Entre os fiéis presentes na praça de São Pedro para seguir a oração do Angelus, vários estavam com bandeiras da Ucrânia.

“Faço um apelo do fundo do coração para que sejam instaurados verdadeiros corredores humanitários, e que isto seja uma garantia e se facilite o acesso da ajuda às zonas cercadas para dar um alívio aos nossos irmãos e irmãs oprimidos pelas bombas e pelo medo", disse Francisco. O papa defendeu o fim dos ataques e a retomada das negociações, do senso comum e o respeito ao direito internacional. Também agradeceu aos jornalistas que “colocam suas vidas em perigo” para informar ao mundo sobre os acontecimentos na Ucrânia.

"Um cessar-fogo urgente e geral permitirá encontrar uma solução política e responder às inquietações humanitárias... Vamos abrir juntos o caminho para a paz"

Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia



Manifestações 

Milhares de pessoas se reuniram ontem em várias cidades europeias pata se manifestar, pelo segundo dia consecutivo, contra a invasão russa da Ucrânia. Segundo a polícia da Bélgica, cerca de 5.000 pessoas marcharam em Bruxelas com bandeiras ucranianas. “Russos, voltem para casa”, gritavam os presentes. “Pare a guerra”, “Europa, seja valente, é hora de agir”, eram algumas das frases exibidas nos cartazes dos manifestantes. Em Toulouse, cidade-irmã de Kiev no Sudoeste da França, a multidão desfilou carregando uma grande faixa amarela e azul, as cores da bandeira da Ucrânia, com retratos do presidente russo manchados de sangue e onde estava escrito: “Parem o assassino Putin”.

Na Espanha, os manifestantes se concentraram na capital Madri, em Barcelona e em outras cidades para exigir o fim da ofensiva russa. Numerosas bandeiras azuis e amarelas tremulavam na Praça Catalunha, no Centro de Barcelona, onde cerca de 800 pessoas, segundo as autoridades, se reuniram com cartazes que diziam: “Fechem os céus, não os olhos”, “Otan, proteja o céu da Ucrânia” e “Stop Putin, stop War”.

“Estão atacando, destruindo e matando a população civil sem nenhum motivo”, lamentou à AFP Natalia Brodovska, uma advogada ucraniana de 45 anos que vive na Espanha há oito anos. “É horrível, não podemos dormir nem comer. Acredito que todos nós ucranianos nos sentimos assim. Mas os que estão na Ucrânia estão muito pior”, acrescentou, ao falar sobre seus familiares em Kiev.

Em Belgrado, na Sérvia, centenas de pessoas se concentraram para expressar apoio à Ucrânia, dois dias depois de uma manifestação a favor do presidente russo Vladimir Putin e da invasão russa da Ucrânia. “Queremos dar outra imagem de Belgrado porque o que aconteceu na sexta-feira (a manifestação pró-Rússia) foi uma verdadeira vergonha", declarou Zdravko Jankovic, um matemático de 46 anos. No sábado, milhares de pessoas se manifestaram em Paris, Nova York, Roma e Zurique para pedir o fim da guerra e protestar contra a ofensiva russa, lançada em 24 de fevereiro.

Prisões e sanções 

Pelo menos 4.600 pessoas foram presas ontem por participarem de protestos em cinquenta cidades da Rússia contra a intervenção militar na Ucrânia, segundo a ONG OVD-Info, especializada em acompanhar manifestações. Em resposta à invasão, a lista de sanções impostas pelo Ocidente aumenta a cada dia e neste fim de semana foi adicionado o anúncio das gigantes dos cartões de crédito American Express, Visa e Mastercard, bem como a plataforma de pagamento Paypal, que suspenderam suas operações na Rússia.

A BBC indicou que seu canal internacional de informação, BBC World News, parou de transmitir naquele país após a aprovação de uma lei que prevê penas de prisão severas para quem disseminar “informações falsas” sobre o exército russo; e a rede social TikToK anunciou que não será mais possível publicar novos vídeos em sua plataforma da Rússia.

“À luz da nova lei de 'notícias falsas' da Rússia, não temos escolha a não ser suspender a transmissão ao vivo e novos conteúdos de nosso serviço de vídeo enquanto analisamos as implicações de segurança desta lei”, explicou a empresa em comunicado, esclarecendo, porém, que seu serviço de mensagens não será afetado. Em um sinal de que a estratégia começa a afetar a Rússia, o governo de Moscou anunciou um racionamento diante da preocupação com o possível surgimento de um mercado clandestino diante das sanções. Putin criticou as sanções como “uma forma de guerra contra a Rússia”.


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