Jornal Estado de Minas

GUERRA

5º dia de invasão russa à Ucrânia: comitiva de negociação e ameaça nuclear


 
A invasão da Rússia à Ucrânia, iniciada na última quinta-feira, completa cinco dias nesta segunda-feira (28/2) com uma comitiva para iniciar as conversas de negociação entre os países. O anúncio ocorreu no mesmo dia em que o presidente Vladimir Putin ameaçou posicionar armas nucleares





O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, afirmou que a Rússia abriu as portas para as negociações porque "sua guerra-relâmpago falhou".

"Digo as coisas claramente, como sempre: não acho que vá dar resultado, mas temos que tentar", disse o presidente Volodymyr Zelensky, em vídeo.
 
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Diante da ofensiva russa, a prefeitura de Kiev anunciou um toque de recolher. "Todos os civis que estiverem na rua durante o toque de recolher serão considerados membros de grupos inimigos de sabotagem e reconhecimento do inimigo", ameaçou o prefeito da cidade, Vitali Klitschko.

Ameaça nuclear 

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou neste domingo (27) que colocará em alerta a "força de dissuasão" do Exército russo, que pode incluir um componente nuclear.
 
Em reação, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia disse que Kiev não vai ceder nas negociações com a Rússia, acusando Putin de tentar aumentar a "pressão".





Os Estados Unidos, por sua vez, afirmaram que Putin está fabricando ameaças. "Este é um padrão do presidente Putin que temos visto ao longo deste conflito, que está fabricando ameaças que não existem para justificar novas agressões", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, ao canal ABC. 

Protestos na Rússia

Pelo menos 100.000 pessoas foram às ruas de Berlim, neste domingo (27), em solidariedade com a Ucrânia, invadida por tropas russas - informou a polícia, enquanto os organizadores falaram em uma multidão de meio de milhão de participantes.

Reunidos em frente ao Portão de Brandemburgo e ao Reichstag, prédio da Câmara dos Deputados, os manifestantes carregavam bandeiras em amarelo e azul, as cores nacionais da Ucrânia. 

ONU 

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesse domingo, a pedido de países ocidentais, uma resolução para convocar amanhã, "em sessão extraordinária de emergência", a Assembleia Geral da ONU, a fim de que seus 193 membros se pronunciem sobre a invasão à Ucrânia.





A resolução, promovida pelos Estados Unidos e pela Albânia, foi aprovada por 11 países, com o voto contrário da Rússia e a abstenção de China, Índia e Emirados Árabes. O regulamento da ONU não contempla o direito ao veto para recorrer a essa instância. 
 
 

Refugiados

A ofensiva militar provoca o deslocamento de "mais de sete milhões" de pessoas, de acordo com o comissário europeu para Gestão de Crises, o esloveno Janez Lenarcic.

"Atualmente, a estimativa do número de ucranianos deslocados é de mais de sete milhões de pessoas", afirmou Lenarcic em coletiva de imprensa. "Estamos testemunhando o que pode se tornar a maior crise humanitária no continente europeu em muitos anos", acrescentou.




 
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Kharkiv

Depois de uma nova madrugada de explosões, as autoridades ucranianas confirmaram que as tropas russas conseguiram entrar na segunda maior cidade do país, Kharkiv. Horas depois, o governador Oleg Sinegoubovo afirmou que a cidade está sob o controle das forças ucranianas.  

Estados Unidos

Os EUA pediram a seus cidadãos na Rússia que "considerem" deixar o país imediatamente, depois que companhias aéreas comerciais cancelaram voos e diversos países fecharam seus espaços aéreos, em um esforço para fechar o cerco a Moscou por ter invadido a Ucrânia.