Um manifestante morreu depois de receber "um tiro na cabeça" e o outro foi baleado na pélvis na cidade de Omdurman, em frente à capital Cartum, informou o Comitê de Médicos, uma organização independente.
O terceiro morreu no norte de Cartum após receber tiros no peito, detalhou a organização.
Esses números aumentam para 60 as pessoas que morreram pelas mãos das forças de segurança desde o golpe de Estado de 25 de outubro de 2021, segundo os médicos.
Esse golpe, liderado pelo chefe do exército, o general Abdel Fattah al Burhan, encerrou a transição para um governo civil pleno, quase dois anos depois da queda do ditador Omar al Bashir, que estava há três décadas no poder.
O primeiro-ministro e rosto civil da transição Abdalá Hamdok foi primeiro detido e depois reinstalado pelo general Burhan um mês depois do golpe.
Mas em 2 de janeiro renunciou após um dia de manifestações violentamente reprimidas.
Nesta quinta-feira, milhares de sudaneses foram às ruas novamente para protestar contra o governo militar.
Segundo testemunhas, as forças de ordem lançaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes que avançavam até o palácio presidencial e a sede do exército em Cartum.
"Não há interesse em prolongar o vazio estatal", disse nesta quinta-feira Taher Abouhaga, um dos assessores de Burhan, citado pela agência oficial de notícias Suna.
"Este vazio deve ser preenchido o mais rápido possível", acrescentou, sugerindo que o governo estava se preparando para nomear um novo primeiro-ministro.
Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e Noruega pediram na terça-feira aos militares que não nomeassem um novo chefe de governo unilateralmente.
Isso "prejudicaria a credibilidade" das instituições de transição "e correria o risco de mergulhar o país no conflito", alertaram.
Na quarta-feira, o chefe da diplomacia americana Antony Blinken pediu em uma mensagem no Twitter aos policiais que "deixem de usar a força letal contra os manifestantes".
O general Burhan ainda promete celebrar eleições em julho de 2023.
CARTUM