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Estado de Minas ROMA

G20 alcança acordo tímido sobre o clima antes da COP26


31/10/2021 15:34 - atualizado 31/10/2021 15:37

Os países do G20, responsáveis por 80% das emissões de gases poluentes, alcançaram neste domingo (31) em Roma um acordo sobre suas ambições climáticas - para alguns, um sinal insuficiente - pouco antes do início da conferência da ONU sobre o clima em Glasgow.

Os líderes das 20 nações mais desenvolvidas se comprometem a limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação à era pré-industrial e reduzir o uso do carvão, mas não definem uma data precisa para a neutralidade de carbono.

"Estamos orgulhosos desses resultados, mas devemos lembrar que é apenas o começo", comentou o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, ao final da reunião, para quem esse é "mais um passo em uma longa e difícil transição"

A pressão sobre os líderes do G20 reunidos em Roma desde sábado, em sua primeira cúpula presencial desde 2019, foi forte. Do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ao papa Francisco, os apelos por medidas ambiciosas se multiplicaram até o último minuto.

"Estou deixando Roma com minhas esperanças insatisfeitas, mas pelo menos elas não estão enterradas", tuitou Guterres. Para o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, foram realizados "avanços razoáveis (...), mas não é suficiente".

A linguagem usada no rascunho da declaração final é "mais forte" do que no Acordo de Paris de 2015, segundo dois negociadores. O G20 se comprometeu a "continuar os esforços para limitar o aquecimento global a 1,5ºC", uma meta que requer "ações e compromissos significativos".

Além disso, os países prometeram deixar de financiar a construção de novas usinas a carvão no exterior, embora sem especificar quaisquer medidas em nível nacional, e defendem o alcance da neutralidade de carbono "até meados do século", formulação mais ampla que a data de 2050 proposta pela Itália.

Esta última referência é "muito significativa, considerando a diversidade dos países participantes do G20", relativizou a presidência francesa.

A China, por exemplo, que emite mais de um quarto dos gases de efeito estufa, quer alcançar a neutralidade de carbono até 2060.

As 20 nações, incluindo México, Brasil e Argentina, também reafirmam o compromisso, até agora não cumprido, de mobilizar 100 bilhões de dólares para os custos de adaptação às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento.

"Os efeitos dessa transição podem ser negativos para os países em desenvolvimento se não levarmos em conta essa condição desigual" com os desenvolvidos, tuitou o presidente argentino Alberto Fernández, também defendendo "acordos sustentáveis de dívida externa".

- "Se Glasgow falhar, tudo falha" -

Para as ONGs, não foi suficiente. "Se o G20 era um ensaio geral para a COP26, os líderes mundiais se equivocaram", declarou a diretora-geral do Greenpeace, Jennifer Morgan. "Não passam de medidas obscuras em vez de ações concretas", comentou à AFP Friederike Röder, da Global Citizen.

Agora as atenções se voltam à Conferência do Clima da ONU (COP26), cujo presidente, o ministro britânico Alok Sharma, chamou de "última e melhor oportunidade para cumprir o objetivo de + 1,5ºC".

A COP, organizada pela ONU, é o encontro anual para debater e definir os compromissos no combate às mudanças climáticas.

O evento em Glasgow, que vai até 12 de novembro, é ainda mais importante já que não houve reunião em 2020 por conta da pandemia. "Se Glasgow falhar, tudo falha", enfatizou Johnson.

A agenda da conferência ministerial tem quatro grandes temas e é tão complexa que as negociações vão começar ainda hoje, sem esperar pelos grandes discursos dos cerca de 130 chefes de Estado e de Governo, marcados para segunda e terça-feira.

No início do evento, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou em relatório que os sete anos entre 2015 e 2021 serão provavelmente os mais quentes já registrados e advertiu que o clima está entrando em "território desconhecido".


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