"A Holanda pede justiça, por isso estamos aqui", disse Christine em entrevista por telefone à AFP na área rural de Santa Rita, a 75 km de San Salvador, onde faz uma visita para inspecionar a área onde os profissionais foram mortos.
Em 17 de março de 1982, os jornalistas Koos Jacobus Andries Koster, Jan Corenlius Kuiper Joop, Hans Lodewijk ter Laag e Johannes Jan Willemsen foram mortos em uma emboscada armada pelo batalhão Atonal de Santa Rita. Eles haviam viajado a El Salvador para produzir um documentário que mostrasse o contraste entre uma família da capital e uma de um povoado em conflito.
Seis dias antes do crime, agentes da agora extinta Polícia da Fazenda interrogaram os jornalistas, que "foram perseguidos e intimidados", segundo nota da fundação Comunicándonos.
Apesar de ter ocorrido há quase 40 anos, o crime "é muito atual" e "muito ambíguo", comentou a embaixadora, que viajou acompanhada de delegados da União Europeia. "Estamos aqui para nos informar e entender melhor o que aconteceu. Estar aqui, onde tudo aconteceu, é realmente muito impressionante."
Um tribunal da cidade de Dulce Nombre de María abriu o processo para esclarecer o caso em 1982, mas o mesmo foi paralisado porque a juíza que o investigava foi ameaçada e se refugiou no Canadá. Em 1993, o caso foi completamente congelado pela Lei de Anistia, que perdoou os crimes de guerra.
Em 2016, a Justiça do país declarou essa lei inconstitucional, e, em 13 de março de 2018, diferentes organizações apresentaram uma denúncia no Ministério Público contra os autores intelectuais e materiais do crime.
Após o fim da guerra civil, a Comissão da Verdade, criada pela ONU, concluiu em 1993 que "há provas plenas" de que militares estiveram envolvidos na morte dos jornalistas.
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SAN SALVADOR
Holanda pede justiça por assassinato de jornalistas durante guerra civil em El Salvador
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