Inicialmente prevista para abril de 2020, a produção enfrentou uma lista de contratempos, incluindo 18 meses de uma pandemia que deixou as salas de cinema fechadas ou esvaziadas.
Agora, o desafio é fazer com que os espectadores retornem às salas. E muitos esperam que a estreia do 25º filme da série do agente 007, que a rede Vue Entertainment apresenta como o "evento cinematográfico do ano", represente uma retomada para o setor.
"Há uma grande expectativa", admitiu Craig antes da estreia. Ele declarou que espera "dar algum tipo de impulso à indústria" com o filme de 2 horas e 43 minutos, o mais longo da série, que terá estreia exclusiva nos cinemas.
O tapete vermelho do Royal Albert Hall de Londres receberá o ator inglês e seus colegas de elenco, incluindo a cubano-espanhola Ana de Armas, o americano Rami Malek e a francesa Léa Seydoux.
Também estará presente a iconoclasta estrela pop Billie Elish, que aos 19 anos é a cantora mais jovem a compor e interpretar a música tema de um filme da saga, que estreará oficialmente na quinta-feira no Reino Unido e no Brasil.
Integrantes da família real britânica também devem marcar presença, incluindo os príncipes Charles e William, primeiro e segundo na linha de sucessão ao trono, e suas esposas Camilla e Kate.
- Sexismo e papéis femininos -
Após bater alguns recordes de seus antecessores, desde que o escocês Sean Connery interpretou em 1962 o agente secreto criado pelo escritor Ian Fleming em "007 contra o Satânico Dr. No", Craig, de 53 anos, abandonará a série após este filme.
Criticado em 2006 ao assumir o papel de 007 em "Cassino Royale", o ator foi elogiado mais tarde por dar profundidade e complexidade emocional ao personagem.
Após "007 - Contra Spectre" de 2015, ele declarou à revista Time Out que preferia "cortar os pulsos" a retomar o papel.
Mas ele acabou aceitando a nova missão, desta vez com direção de Cary Joji Fukunaga.
Primeiro cineasta americano a dirigir um filme de James Bond, o californiano se tornou famoso com a aclamada primeira temporada da série "True Detective" (2014) e o filme "Beasts of No Nation" (2015).
Fukunaga assumiu o projeto depois que o cineasta britânico Danny Boyle - diretor de filmes como "Trainspotting" e "Quem Quer Ser um Milionário"? - anunciou a saída da produção por "diferenças criativas" com os produtores, o que provocou o primeiro atraso em um longa-metragem inicialmente previsto para estrear no fim de 2019.
Rodado na Jamaica, Itália e Noruega, com um custo avaliado em 250 milhões de dólares, o file também foi adiado por acidentes nas filmagens e uma lesão de Craig.
A história começa com um 007 aposentado que descansa na Jamaica. Mas sua tranquilidade é interrompida quando um antigo amigo da CIA, Felix Leiter, pede ajuda para o resgate de um cientista sequestrado.
Bond tem que trabalhar com uma agente, interpretada pela britânica Lashana Lynch, e se vê relegado ao segundo plano quando ela pilota um avião, uma mudança de paradigma em relação ao sexismo dos primeiros filmes da saga.
"Estão fazendo o correto, e acredito que continuarão fazendo no futuro", declarou Lynch ao canal Sky News Lynch.
Após a estreia tão aguardada, o mistério fica por conta de quem interpretará 007 após Craig. A produtora Barbara Broccoli considera que o personagem deve continuar sendo interpretado por um homem.
LONDRES