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Estado de Minas BARCELONA

Governo espanhol e separatistas catalães constatam posturas distantes


15/09/2021 17:10

Após uma pausa devido à pandemia, o governo espanhol e os separatistas catalães retomaram nesta quarta-feira as negociações para tentar resolver a crise que levou à tentativa de independência em 2017, embora tenham advertido que irão precisar de mais tempo, dadas as enormes diferenças que os separam.

"Continuamos mantendo posições políticas muito distantes, mas concordamos em que a mesa de diálogo é a melhor forma de avançar e aproximar posições", disse o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, após uma reunião de duas horas em Barcelona com o presidente regional catalão, o separatista Pere Aragonès.

O líder socialista, que fez da resolução da crise na Catalunha um dos seus principais objetivos ao chegar ao poder, em 2018, voltou a rejeitar as duas principais reivindicações dos separatistas: aprovar um referendo de autodeterminação e a anistia dos acusados de participar do desafio separatista de 2017.

Aragonès, que falou pouco depois, voltou a definir ambas as questões como indispensáveis. Embora tenha admitido que o diálogo "exige tempo", alertou: "À medida que as negociações progredirem, iremos exigir resultados".

Contrária a qualquer movimento que implique uma mudança na Constituição, Madri não descarta votar um eventual acordo sobre uma nova posição da Catalunha no Estado, ao qual a direita espanhola se opõe.

As duas delegações debateram por duas horas sobre o cronograma e a metodologia para dar prosseguimento à negociação, que implicará também trabalhos discretos, segundo os diferentes comunicados divulgados pelas partes no fim do dia. O catalão concluía afirmando que o acordo final da mesa deverá ser submetido à votação dos cidadãos da Catalunha.

- Outro clima -

A crise na Catalunha, que atingiu seu clímax no turbulento outono de 2017, com a realização de um referendo ilegal e uma declaração efêmera de independência, mergulhou a Espanha em um de seus momentos mais delicados após o fim da ditadura de Franco, em 1975.

A reunião desta quarta-feira no Palácio da Generalitat, sede do governo catalão, decorreu de forma mais leve que a primeira, realizada em Madri em fevereiro de 2020, quando o separatista Quim Torra, cético em relação ao diálogo com Madri, presidia a Catalunha.

Após as eleições de fevereiro, o governo regional passou para as mãos de Pere Aragonès, cujo partido, Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), é um parceiro-chave da coalizão de Sánchez no Congresso espanhol.

Em poucas semanas, o governo central perdoou os separatistas presos pelos acontecimentos de 2017, os dois presidentes concordaram em retornar à mesa de negociações e foi acordado um investimento de 1,7 bilhão de euros na polêmica ampliação do aeroporto de Barcelona.

A tensão aumentou, no entanto, nos dias anteriores à retomada da mesa de diálogo, quando Madrid anunciou de surpresa a suspensão do projeto do aeroporto, alegando falta de confiança no governo catalão. A decisão - uma "chantagem", segundo Aragonès - piorou o clima também dentro da delicada coalizão separatista na Catalunha.


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