Ontem (13), mais de 35 mil supostos documentos do serviço de inteligência da Geórgia foram vazados para diversos veículos de imprensa e permaneceram acessíveis durante várias horas através de um website.
Os documentos continham informações confidenciais sobre integrantes da Igreja ortodoxa e se concentravam em seus vínculos com a Rússia, círculos de negócios e suas vidas privadas, de acordo com a emissora independente Pirveli TV.
Segundo a Procuradoria Geral, a investigação foi aberta com base nas informações veiculadas na imprensa, por "violação do sigilo de correspondência".
O serviço de inteligência da Geórgia, por outro lado, disse estar disposto a "colaborar estreitamente em cada etapa da investigação", mas não confirmou nem negou a autenticidade dos documentos.
Já o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Garibashvili, denunciou o vazamento, que tachou de "provocação suja contra os serviços de segurança" do país.
Diversos jornalistas e políticos confirmaram que o material continha transcrições de suas conversas telefônicas e interações nas redes sociais com o alto escalão do clero.
Inclusive, a apresentadora Eka Kvesitadze, da emissora pró-oposição Mtavari TV, mostrou à AFP um dos documentos que revela o conteúdo das conversas que ela manteve com um bispo.
Segundo a Mtavari TV, um agente do serviço secreto georgiano que se suicidou há dois meses fazia parte do grupo que organizou o suposto vazamento.
Em um passado recente, o partido governante, Sonho Georgiano, já foi acusado de espionar ilegalmente seus opositores políticos, além de ativistas e jornalistas.
TIBLÍSSI