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Estado de Minas WASHINGTON

Memorando do FBI insinua relação da Arábia Saudita com autores do 11 de Setembro


12/09/2021 11:57 - atualizado 12/09/2021 12:01

Um memorando do FBI desclassificado no sábado (11) reforça as suspeitas de que Riade pode ter tido envolvimento nos ataques de 11 de setembro de 2001 da Al-Qaeda contra os Estados Unidos, mas não fornece as evidências esperadas pelas famílias das vítimas que acusam a Arábia Saudita.

O memorando, datado de 4 de abril de 2016, até então classificado, apresenta ligações entre Omar al-Bayoumi, um ex-estudante e suspeito de ter colaborado com os serviços de inteligência sauditas, e dois dos terroristas da Al-Qaeda que prepararam os ataques em Nova York e Washington, onde quatro aviões caíram.

O documento, baseado em entrevistas realizadas em 2009 e 2015 com uma fonte cuja identidade não foi divulgada, detalha os contatos e encontros entre Bayoumi e dois dos sequestradores aéreos, Nawaf al-Hazmi e Khalid al-Mihdhar, depois que ambos chegaram ao sul da Califórnia em 2000, antes dos ataques.

Também reafirma a informação, já divulgada, da relação entre os dois e Fahad al-Thumairy, um imã conservador da mesquita King Faad de Los Angeles e funcionário do consulado da Arábia Saudita naquela cidade.

O documento afirma que os números de telefone associados à fonte indicam que houve contato com várias pessoas que auxiliaram Hazmi e Mihdhar enquanto eles estiveram na Califórnia, incluindo Bayoumi e Thumairy, além da própria fonte.

De acordo com o memorando, a fonte disse ao FBI que Bayoumi estava escondendo, por trás de sua identidade oficial de estudante, uma "posição muito alta" no consulado saudita.

"A ajuda de Bayoumi a Hazmi e a Mihdhar inclui tradução, viagem, acomodação e financiamento", segundo o documento.

Além disso, a esposa da fonte disse ao FBI que Bayoumi sempre falava de "jihad", observa o memorando.

E relaciona, por meio de reuniões, telefonemas e outras comunicações, Bayoumi e Thumairy com Anwar al-Alaki, o clérigo nascido nos Estados Unidos que se tornou uma figura importante na Al-Qaeda antes de ser assassinado por um drone no Iêmen em 2001.

Ainda assim, o memorando não apresenta nenhum vínculo direto e claro entre o governo saudita e os sequestradores.

O memorando foi divulgado devido à pressão exercida sobre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por familiares das vítimas dos atentados, que acusaram a Arábia Saudita de ser cúmplice dos atentados.

Três governos americanos se recusaram a desclassificar e divulgar os documentos relacionados ao caso, aparentemente porque não queriam prejudicar o relacionamento de Washington com Riade.

A monarquia sunita sempre negou qualquer envolvimento nos ataques de 11 de setembro de 2001 e foi inocentada de suspeitas por uma comissão de inquérito dos Estados Unidos em 2004.

Jim Kreindler, um dos principais advogados envolvidos nos processos movidos pelas famílias das vítimas contra a Arábia Saudita, disse que o memorando divulgado valida o ponto-chave sobre o apoio do governo saudita aos sequestradores.

"Com esta primeira desclassificação de documentos, estão chegando ao fim vinte anos em que a Arábia Saudita dependeu do governo dos Estados Unidos para ocultar seu papel no 11 de setembro", disse Kreindler em um comunicado.

As famílias aguardam evidências mais fortes com a liberação de mais documentos desclassificados esperados nos próximos seis meses sob a ordem executiva emitida no início de setembro por Joe Biden.


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