Essa decisão se soma a outra histórica da última terça-feira, quando foi declarado contrário à constituição criminalizar as mulheres que abortam.
A mais alta corte mexicana debateu nesta quinta-feira sobre uma decisão legal do estado de Sinaloa (norte), que, ao ser declarada inconstitucional por mais de oito votos, estabeleceu jurisprudência e permitirá, por meio de um recurso de amparo, invalidar leis semelhantes em outros estados.
"Não cabe a nenhuma legislatura local ou a este plenário fixar a origem da vida humana, especialmente na ausência de consenso científico", declarou durante o debate Alfredo Gutiérrez Ortiz Mena, o ministro que elaborou o projeto, que recebeu o voto unânime dos onze juízes da corte.
Depois que a Cidade do México descriminalizou o aborto antes de 12 semanas em 2007, as legislaturas de pelo menos 10 dos 32 estados que compõem o país aprovaram projetos de lei que estabelecem a obrigação das autoridades de proteger a vida desde o momento da concepção.
Após a aprovação dessas leis, conforme explicado na época pelo constitucionalista e ex-ministro da Justiça Diego Valadés, o feto é considerado "nascido para todos os efeitos legais" e isso equivaleria ao aborto "com infanticídio".
O México tem um sistema federado no qual os estados estabelecem suas próprias leis, que, entretanto, podem ser anuladas por decisões da Suprema Corte, que estabelece jurisprudência.
Na terça-feira, a Suprema Corte mexicana declarou inconstitucional lei do estado de Coahuila (norte) que punia com até três anos de prisão mulheres que abortaram e quem facilitou o procedimento.
Essa decisão também estabelece jurisprudência e abre as portas para que as mulheres tenham acesso a um aborto seguro e legal nos estados onde o procedimento é proibido.
Oaxaca (sul), Veracruz (leste) e Hidalgo (centro) são outros estados que descriminalizaram o aborto.
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