Os responsáveis por esta "limpeza", disse o metalúrgico de 52 anos, seriam o presidente Jair Bolsonaro e o Exército.
"Estamos dizendo sim para o presidente e as Forças Armadas intervirem. A partir deste 7 de setembro eles vão poder intervir", disse Pereira.
Segundo Pereira, que chegou com sua esposa de Guarulhos, essa intervenção não seria "um golpe, é o povo que está pedindo: o poder nas mãos do povo está em nossa Constituição", afirmou em meio a críticas ao Supremo Tribunal Federal(STF).
O tribunal, que conduz várias investigações contra o presidente e seu entorno, é alvo dos bolsonaristas por supostamente atrapalhar a gestão de Bolsonaro.
Dezenas de milhares de brasileiros ao longo da emblemática avenida vestiam camisas amarelas e verdes. Alguns usavam máscaras que representavam o ministro Alexandre de Moraes, contra quem o presidente tentou iniciar um processo de impeachment sem sucesso.
- "Corrigir na força" -
Apenas um lenço verde coloriu o traje escuro de André Dias.
"Eu sou a favor que o Lula ganhe porque aí eu posso exercer minha área militar. Sou a favor de que a esquerda ganhe para virar bagunça e a direita, eu, como militar, corrija na força. Se ganhar democraticamente a esquerda, aí eu posso usar meus argumentos técnicos para chegar e combater como em 64", disse o ex-militar de 48 anos, que chegou à manifestação em sua motocicleta BMW, referindo-se ao início da última ditadura.
"Eu sou mais radical, eu já passava o fuzil 762 na cabeça de todos esses ministros. Ele está seguindo a Constituição".
Perto dele, caminhava Giane Dias, que se manifestava com seu esposo a favor de Bolsonaro porque "defende a família, as crianças e aos trabalhadores, esforçando-se para lutar contra a maior organização criminosa do país, o PT", disse a microempresária de 41 anos. A partir de hoje, o Brasil vai mudar", afirmou.
- "Estamos contigo" -
Um grupo de cerca de vinte pessoas viajou de Suzano, município a cerca de 50 km da capital paulista, para participar do protesto. Próximo a ele estava Marcos Roque, comerciante de 38 anos.
A faixa em suas mãos anunciava: "Bolsonaro estamos contigo".
"Até a hora que ele acabar com o Supremo Tribunal e não permitir a entrada do comunismo, vamos acompanhar (o presidente)", afirmou.
Os manifestantes esperam que sua presença em São Paulo fortaleça o presidente.
"Alguma coisa Bolsonaro tem na manga, porque ele falou que vai agir nas quatro linhas da Constituição, é isso que a gente está esperando", disse Júnior de Paula, de 52 anos e veterano da Polícia Militar.
SÃO PAULO