"Apesar das intensas consultas", a OSCE "não chegou a um consenso para realizar a reunião deste ano, conforme planejado, o que é uma situação lamentável", declarou a presidência rotativa anual da Suécia, por meio de um comunicado transmitido à AFP.
Prometeu, porém, continuar a "trabalhar incansavelmente para manter" este compromisso.
Chamada de "Reunião de Implementação da Dimensão Humana" (HDIM), é "a maior da Europa em direitos humanos", segundo a OSCE.
Geralmente é realizada em setembro e reúne centenas de autoridades políticas, especialistas internacionais, representantes da sociedade civil e ativistas para fazer um balanço da situação das liberdades fundamentais nos 57 Estados participantes.
Essa reunião foi cancelada por consenso no ano passado, devido à pandemia do coronavírus. Mas este ano, cerca de 40 países ocidentais "lamentaram profundamente que a flexibilidade, o espírito construtivo e a boa fé não tenham sido correspondidos pela Rússia".
"A Rússia evita constantemente assumir suas responsabilidades. Isso é inaceitável", acrescentaram em um comunicado conjunto publicado na segunda-feira no site da delegação dos EUA.
Criada na época da Guerra Fria, a OSCE é um fórum de negociações sobre segurança e direitos humanos, abrangendo toda a Europa, Turquia, as ex-repúblicas soviéticas, Estados Unidos e Canadá.
Em dezembro de 2020, o Ocidente apoiou o pedido da Rússia de um reequilíbrio para beneficiar sua esfera de influência e, pela primeira vez, uma personalidade cazaque foi nomeada para um dos quatro postos diplomáticos de alto escalão à frente da OSCE.
Em troca, esperava-se uma cooperação de Moscou na questão dos direitos humanos. Mas o presidente russo, Vladimir Putin, prefere que a organização se concentre apenas nas principais questões de segurança.
VIENA