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Estado de Minas NOVA YORK

Caos em NY é atribuído à mudança climática; Biden visita Louisiana


03/09/2021 19:04 - atualizado 03/09/2021 19:07

O papel da mudança climática nas inundações em Nova York e o estado da infraestrutura nessa cidade prenderam a atenção nesta sexta-feira (3) nos Estados Unidos, depois que chuvas torrenciais deixaram ao menos 47 mortos em cinco estados do nordeste do país.

Trinta e seis horas depois que vestígios do furacão Ida semearam o caos na principal cidade do país e seus arredores, o presidente Joe Biden visitou o estado de Louisiana, o primeiro afetado por essa tempestade no fim de semana passado.

"As coisas mudaram tão drasticamente em termos de meio ambiente que um certo limite já foi ultrapassado", declarou o presidente durante uma reunião com autoridades locais em LaPlace, Louisiana, para onde viajou para avaliar os danos.

"Não podemos reconstruir estradas, rodovias, pontes, nada como antes", e temos que "reconstruir melhor", disse continuou.

Projetos que buscam transformar, em vez de simplesmente reconstruir, terão que se tornar a nova norma, explicou Biden, pressionando o Congresso para aprovar seu gigantesco plano de infraestrutura de US$ 3,5 trilhões.

Ida provocou grandes inundações e danos no sul, ao atingir um dos epicentros da indústria de petróleo americana, além de afetar a histórica Nova Orleans.

Os estados de Louisiana, Alabama e Mississippi foram atingidos antes que a tempestade chegasse ao norte, afetando Nova York, Nova Jersey, Pensilvânia e Massachussetts.

- "Novo desafio" -

Os furacões e os tornados são fenômenos recorrentes nos Estados Unidos, mas o aquecimento da superfície do oceano está contribuindo para que as tempestades sejam mais poderosas, especialmente em cidades costeiras como Nova York, alertam os cientistas.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, também alertou sobre a mudança climática.

"Esta tempestade deve nos despertar. Este é um novo desafio (...) em comparação com a época em que associávamos as inundações às áreas costeiras", disse à emissora MSNBC nesta sexta-feira.

O caos trouxe de volta a lembrança do furacão Sandy, que em outubro de 2012 deixou grande parte de Manhattan sem energia elétrica e inundou totalmente o metrô.

As chuvas recordes da madrugada de quarta para quinta-feira transformaram as ruas da cidade de Nova York em rios e provocaram a morte de mais de 10 pessoas que viviam em apartamentos subterrâneos. O sistema de metrô ficou completamente paralisado e ainda está interrompido nesta sexta-feira.

"Não deveríamos estar surpresos!", disse Jonathan Bowles, diretor do grupo de especialistas Center for an Urban Future. "A cidade parece colapsar a cada grande tempestade. A maior parte da infraestrutura data do século XX", explicou à AFP.

Nova York "não foi construída para aguentar 18 centímetros de chuva em poucas horas", complementou Nicole Gelinas, especialista em economia urbana do Manhattan Institute.

Ela explicou que os drenos do sistema de esgoto da cidade estão entupidos e "não há espaço verde suficiente para coletar parte da água", então "algumas avenidas se transformam em canais quando há uma grande tempestade".

- "Apavorada" -

Entre as mortes registradas em Nova York, a maioria se afogou em porões, moradias rudimentares aos pés de edifícios em Manhattan, Queens ou Brooklyn.

Na cidade, "a água se acumulou tão rápido que as pessoas ficaram presas em seus próprios porões", disse De Blasio.

No total, segundo o número de vítimas em constante mudança, ao menos 47 pessoas morreram na cidade de Nova York e seus arredores, metade delas no estado vizinho de Nova Jersey. Quase todos morreram em suas casas, dentro ou perto de seus automóveis.

"Meu esposo acordou às quatro da manhã só para ver o nível da água e onde estava. Eu fiquei apavorada com isso", contou Jeannsie Silva Barrios à AFP em frente ao seu porão totalmente inundado, em Mamaroneck, um subúrbio ao norte de Manahattan e do Bronx.

A Casa Branca declarou estado de emergência nos estados de Nova York e Nova Jersey, ordenando aos agentes federais que "identifiquem, mobilizem e proporcionem à vontade os equipamentos e recursos necessários".

Rebaixada a ciclone pós-tropical depois de sua passagem devastadora por Nova York e região, Ida escureceu o céu na quinta-feira ao passar sobre Nova Inglaterra. Um tornado atingiu a península turística de Cape Cod, no Massachusetts.


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