(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PARIS

Em meio a catástrofes, IPCC publica novas previsões climáticas muito esperadas


08/08/2021 23:00

Enquanto imagens de inundações e incêndios abrem noticiários em todo o mundo, especialistas climáticos da ONU publicam nesta segunda-feira novas previsões climáticas muito aguardadas, a três meses da conferência do clima COP26, crucial para o futuro da humanidade.

Depois de duas semanas de reuniões a portas fechadas e virtuais, 195 países aprovaram na sexta-feira esta primeira avaliação completa do IPCC em sete anos, cujo "resumo para tomadores de decisões" foi negociado on-line e palavra por palavra.

Em meio a uma avalanche de catástrofes no planeta - inundações na Alemanha e na China ou incêndios gigantescos na Europa e na América do Norte, passando por um calor recorde no Canadá -, os cientistas publicam às 05h de segunda-feira, hora de Brasília, estas novas avaliações e previsões sobre o aumento da temperatura, a elevação do nível dos oceanos e a intensificação de eventos extremos.

"Será a advertência mais premente feita até agora sobre o fato de que o comportamento humano acelera de forma alarmante o aquecimento climático", declarou o presidente da COP26, Alok Sharma, em entrevista à The Observer, edição dominical do jornal britânico The Guardian.

Este relatório "vai ser um sinal de alerta para todos aqueles que ainda não compreenderam porque a próxima década vai ser totalmente decisiva para o clima", acrescentou o ministro britânico, advertindo "que nos aproximamos perigosamente do momento" em que será tarde demais para fazer alguma coisa.

- "Mudar de direção" -

A encarregada climática da ONU, Patricia Espinosa, tinha insistido na abertura da sessão do IPCC, no fim de julho, na necessidade de se fazer algo já.

"A realidade é que não estamos em um bom caminho para respeitar o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento a +1,5°C até o fim do século. De fato, estamos no caminho contrário, nos dirigimos para mais de +3°C. Devemos mudar de direção urgentemente antes que seja tarde demais", lembrou.

"Eu digo isso aos encarregados de tomar decisões: a ciência não permite ver o mundo como gostaríamos que fosse, mas o mostra tal como é. Não é política, é a realidade", acrescentou.

Ao assinar o Acordo de Paris em 2015, praticamente todos os países do planeta se comprometeram a reduzir as emissões de CO2 para limitar o aquecimento "abaixo" de +2°C com relação à era pré-industrial, inclusive a +1,5°C se fosse possível.

Como a temperatura do planeta aumentou cerca de 1,1°C e cada fração de grau a mais aporta sua carga adicional a eventos extremos, este limite de +1,5°C tornou-se a meta prioritária de muitos militantes e autoridades políticas.

É possível não superá-lo? É uma das questões abordadas pelo relatório do IPCC, com base em milhares de estudos científicos recentes.

"Se não reduzirmos nossas emissões na próxima década, não conseguiremos. O +1,5°C será alcançado muito provavelmente entre 2030 e 2040. São as melhores estimativas que temos atualmente", disse à AFP antes do início da sessão, em julho, o climatologista Robert Vautard, um dos autores desta primeira parte da avaliação do IPCC.

Para limitar o aquecimento a +1,5°C, é necessário reduzir a cada ano as emissões em 7,6% em média entre 2020 e 2030, segundo a ONU. Embora em 2020 tenha sido registrada uma redução das emissões por causa da pandemia, espera-se que voltem a aumentar.

Outros dois capítulos da avaliação do IPCC serão publicados em 2022. O dos impactos, do qual a AFP obteve uma versão preliminar, que mostra como a vida na Terra será transformada em 30 anos ou inclusive antes, e o terceiro, dedicado às soluções para reduzir as emissões.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)