"É preocupante que o Irã tenha optado por uma escalada", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
"Continuamos pedindo ao Irã que pare com suas provocações", afirmou ele.
Teerã havia iniciado em fevereiro a produção de urânio metálico para fins de pesquisa, uma questão delicada já que esse material também pode ser usado na fabricação de armas nucleares.
Agora, o país quer passar para um grau maior de enriquecimento, com índice de 20%, confirmou nesta terça-feira a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
"Este é mais um passo para trás do Irã, pois apresentamos nossa sincera intenção de voltar" a assinar o acordo nuclear iraniano, concluído em 2015, em Viena, informou Price.
Este "plano de ação global comum" (JCPOA, na sigla em inglês) ofereceu a Teerã um alívio das sanções ocidentais e do órgão internacional em troca de seu compromisso de nunca se equipar com armas atômicas e de uma redução drástica de seu programa de energia nuclear, sob estrito controle da ONU.
Mas, em 2018, esse pacto sofreu um golpe após a decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de deixá-lo e restabelecer as medidas punitivas por parte dos Estados Unidos. Em resposta, o Irã renunciou à maioria de suas obrigações do acordo.
As negociações foram retomadas em abril na capital austríaca para fazer com que Washington retornasse ao acordo, mas estagnaram.
"Continuamos acreditando que o canal diplomático é o melhor e mais eficaz para garantir que o Irã não adquira armas nucleares", anunciou o porta-voz da diplomacia dos EUA.
Mas "tais provocações não darão ao Irã qualquer influência nas negociações", acrescentou.
"Continuamos pedindo ao Irã por um fim dessa escalada, que retorne a Viena para fechar reais negociações e esteja pronto para finalizar o trabalho que iniciamos em abril", observou.
WASHINGTON