O anúncio ocorreu depois que o FMI concluiu um acordo com 101 países doadores que permite ao Sudão saldar os atrasos de aproximadamente 1,4 bilhão de dólares com a instituição sediada em Washington, o obstáculo-chave para permitir o acesso à nova ajuda.
"Cumprimentamos o governo e o povo sudanês por seu louvável trabalho e pelos progressos realizados para alcançar este marco notável", disseram em uma declaração conjunta a diretora do FMI, Kristalina Georgieva, e o presidente do Banco Mundial, David Malpass.
O pagamento dos atrasos permite acessar o alívio da dívida no âmbito da Iniciativa para os Países Pobres Muito Endividados (PPME), que, segundo afirmaram, cobrirá 50 bilhões de dólares, ou seja, aproximadamente 90% da dívida externa do país.
O Sudão vai receber imediatamente 1,4 bilhão de dólares no âmbito do programa de empréstimos de 39 meses do FMI.
Washington recebeu com satisfação o anúncio de que o Sudão pode receber agora um alívio da dívida por parte das instituições internacionais de crédito.
"Este é um momento histórico para o Sudão e seu povo", disse a secretária do Tesouro americana, Janet Yellen, em um comunicado.
"Estes passos vão desbloquear um financiamento muito necessário e vão ajudar a estabelecer as bases para a redução da pobreza, o desenvolvimento inclusivo e o crescimento econômico".
Yellen também elogiou os esforços do governo civil sudanês de estabilizar a economia.
O Tesouro americano anunciou em março um financiamento ponte de 1,15 bilhão de dólares para ajudar a liquidar os atrasos do Sudão no Banco Mundial, depois que o governo civil de Cartum anunciou uma série de reformas.
Os Estados Unidos também se comprometeram a aportar até 120 milhões de dólares em recursos de doação para financiar o alívio da dívida do FMI para o Sudão no âmbito da primeira fase da iniciativa HIPC.
A ajuda faz parte de uma aproximação entre os Estados Unidos e o Sudão após a destituição do homem forte daquele país, Omar al Bashir, que foi deposto em meio a protestos de rua em abril de 2019.
WASHINGTON