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Estado de Minas WASHINGTON

EUA anuncia avanços na segurança do aeroporto de Cabul


17/06/2021 18:50

Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (17) avanços na segurança do aeroporto de Cabul, fundamentais para a retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão, e preveem um possível ressurgimento da Al-Qaeda cerca de dois anos após a retirada.

Por outro lado, não há progresso em relação à situação migratória de intérpretes afegãos que colaboraram com as forças americanas e que agora temem por suas vidas.

O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, informou que a Turquia demonstrou um "claro compromisso" de desempenhar um "papel fundamental" na segurança do aeroporto de Cabul após a saída de tropas estrangeiras.

Durante uma reunião esta semana em Bruxelas, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse a Joe Biden que Ancara "precisará de algum apoio" para proteger o aeroporto da capital afegã, e o presidente americano "garantiu-lhe que o fornecerá", declarou Sullivan a repórteres.

Ele acrescentou que Washington tem um "plano B" caso a Turquia não consiga garantir a segurança do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, principal rota de saída para diplomatas ocidentais e trabalhadores humanitários, embora não tenha dado detalhes, exceto que envolverá empresas privadas "com muitos experiência no Afeganistão".

O Talibã, no entanto, alertou no sábado que as forças estrangeiras "não devem ter esperança" de manter uma presença militar no Afeganistão e que a segurança da embaixada e do aeroporto será responsabilidade dos afegãos.

Biden decidiu em abril,indo contra o conselho dos militares, retirar todas as tropas americanas do Afeganistão antes do 20º aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001 que levaram Washington a invadir o país, que abrigava terroristas jihadistas da Al-Qaeda, e derrubar o governo do Talibã.

Muitos legisladores temem que a Al-Qaeda se reconstitua no Afeganistão assim que as forças estrangeiras forem embora.

Questionado sobre este ponto nesta quinta-feira por uma comissão do Senado, o secretário de Defesa, Lloyd Austin, descreveu o risco como "moderado" dada a situação atual do país, estimando que levaria aproximadamente "dois anos" para que a rede jihadista pudesse ser reconstruída.

- "Não é Saigon" -

O chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos, general Mark Milley, concordou: "Se outras coisas acontecerem, se o governo entrar em colapso ou se o exército afegão se dissolver, o risco aumentará, mas hoje eu diria que o risco médio é de cerca de dois anos."

Embora a retirada das forças americanas já tenha avançado mais de 50%, os legisladores estão preocupados com o destino de cerca de 18.000 afegãos que trabalharam para Washington, principalmente como intérpretes, e que esperam obter um visto de imigração para os Estados Unidos antes de sofrerem uma possível retaliação caso o Talibã volte ao poder em Cabul.

O governo Biden não considera uma evacuação necessária neste momento e favorece a concessão de vistos especiais, embora o Pentágono tenha indicado há várias semanas que está se preparando para uma evacuação em massa.

Milley lembrou ao comitê do Senado que "os preparativos estavam em andamento" para uma evacuação, mas enfatizou que a aprovação de vistos estava nas mãos do Departamento de Estado, ressaltando que esse processo pode levar várias semanas ou até vários meses.

"O Departamento de Estado é a pasta que coopera com os países anfitriões na evacuação de seus cidadãos", lembrou. "São eles que estão trabalhando nisso. Nós, do Departamento de Defesa, damos apoio".

Enquanto um senador comparou a retirada das tropas do Afeganistão à queda de Saigon no Vietnã em 1975, o general Milley tentou usar um tom mais tranquilizador.

"Minha opinião profissional é que não será assim", disse ele. "Posso estar enganado, você não pode prever o futuro, mas não vejo Saigon de 1975 no Afeganistão. O Talibã não é o exército norte-vietnamita."

Dois membros da Câmara dos Representantes, um republicano e um democrata, instaram o governo na quarta-feira a acelerar o processo.

"Estamos ficando sem tempo", disse o republicano Michael Waltz, ex-agente das forças especiais que lutou no Afeganistão, em entrevista coletiva.

"Um aperto de mão americano deve ser valioso", acrescentou o democrata Jason Crow, também ex-militar. "Teremos outros conflitos e outros adversários e os futuros parceiros que teremos estão olhando para nós hoje", concluiu.


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