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Estado de Minas GOMA

RDC tem alerta falso de erupção de segundo vulcão


29/05/2021 17:12 - atualizado 29/05/2021 17:13

O governo da República Democrática do Congo (RDC) anunciou por engano neste sábado (29) a erupção de um pequeno vulcão próximo ao Nyiragongo, no leste do país, onde todos os esforços se concentram agora na gestão da crise humanitária.

Após o caos provocado pela ordem de evacuação na quinta-feira ante o risco de nova erupção do Nyiragongo, a cidade de Goma estava em relativa calma neste sábado.

"Alerta falso no Nyamuragira. Um avião acaba de sobrevoar a área do vulcão. Nenhuma erupção foi registrada", afirmou o ministério da Comunicação, pouco depois de ter informado uma erupção de "baixa intensidade" em uma cratera secundária do vulcão, próximo ao Nyiragongo.

"Trata-se mais de atividades intensas de carbonização da madeira em carvão vegetal, cuja fumaça foi percebida como uma atividade do vulcão", explicou o ministério.

À tarde, o presidente congolês, Félix Tshisekedi, declarou durante uma coletiva de imprensa que "a situação é grave, mas está sob controle", considerando que "era absolutamente necessário evacuar a cidade".

"Ainda não sabemos o que pode acontecer", advertiu, desaconselhando "firmemente voltar a Goma".

A região de Goma é uma zona de intensa atividade vulcânica, com seis vulcões, entre elos o Nyiragongo (3.470 metros) e o Nyamuragira (3.058 m).

O Nyiragongo entrou em erupção em 22 de maio e provocou 34 mortes até o momento, assim como a fuga de dezenas de milhares de habitantes de Goma.

Desde sexta-feira, os tremores registram queda na cidade, tanto em frequência como em intensidade.

Um relatório divulgado neste sábado pelo Observatório de Vulcanologia de Goma (OVG) mostra que 61 tremores de terra foram registrados nas últimas 24 horas, terremotos "coerentes com o movimento de magma nos sistemas de fissuras do Nyiragongo em direção ao lago Kivu".

Além da preocupação com a atividade sísmica e a erupção do vulcão, o país teme a cheia do lago Tanganyka, sobretudo na margem norte. O aumento do nível da água provocou inundações em centenas de casas, assim como em um posto de fronteira com o Burundi e em uma rodovia.

Até o momento não foi divulgada uma explicação para a cheia, mas os especialistas apontam que provavelmente foi causada pela mudança climática e a ação do homem - derrubada de árvores, urbanização - na cidade de Uvira, próxima ao lago.

- "Redobrar esforços" -

Goma, abandonada em grande parte por seus moradores, iniciou o fim de semana de maneira calma.

Pela primeira vez desde a erupção repentina de 22 de maio, o clima é muito bom e apenas o topo do Nyiragongo, observado no horizonte ao norte da cidade, continua coberto pela névoa.

Quase 400.000 pessoas fugiram de forma caótica durante a semana da capital provincial, após uma ordem de evacuação "preventiva" do governo. Os moradores seguiram para a província de Kivu do Sul, para a região de Masisi ou Ruanda.

Neste sábado, no entanto, mais de 1.200 refugiados dos quase 3.000 que seguiram para o campo de Rugerero, no município ruandês de Gisenyi, a 10 km da fronteira, deixaram as instalações para voltar a Goma.

"Decidi voltar a Goma porque acredito que o risco passou. Se houver uma nova erupção, voltaremos a Ruanda", disse à AFP William Byukusenge, um operário de 21 anos, acompanhado de sua esposa e dos dois filhos.

Na sexta-feira, durante o conselho de ministros, o presidente Félix Tshisekedi pediu ao governo para "redobrar os esforços para uma gestão melhor da situação humanitária", depois de receber muitas críticas pela falta de soluções e a fuga caótica de quinta-feira.

O governo enfrenta agora uma crise humanitária, em uma uma região abalada há três décadas pela violência dos grupos armados.

A questão do acesso à água potável, com o risco de epidemia que acarreta, é uma das questões mais urgentes, segundo a ONU, a Cruz Vermelha as ONGs que atuam na região.


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